Hoje li um “post” do
meu amigo Manuel Isaac Correia, no Facebook, onde se insurge contra o tradutor, de um livro que leu, e que este utiliza a palavra acartar. O meu
amigo, faz alguns considerandos sobre esta palavra, defendendo que a palavra
está incorreta.
Não pretendo
entrar em polémica com ele, nem com nenhum dos caríssimos amigos e amigas, que
possam ler este este meu “devaneio”, até porque ele, e outros sabem muito mais
que eu, nesta coisa da língua, não tenho quaisquer dúvidas é entendido na
matéria e eu não. De qualquer modo, permito-me, e espero que que o caríssimo
amigo também permita, e não fique "chateado" comigo. Não posso deixar
de lhe fazer um reparo. O termo acartar é correto e usa-se bastante no
Alentejo, e no sentido de carregar qualquer coisa, não sei se noutras regiões
também, mas no Alentejo usa-se e muito. Basta ouvir as pessoas do povo, e estas,
como bem sabemos também fazem a "língua", neste caso a língua portuguesa.
Eu mesmo, enquanto miúdo e adolescente acartei muita água para regar as flores
da minha mãe e minhas claro, porque eu gosto de flores. Acartar, é igual a
acarretar e não no sentido ou sinónimo que o amigo defende. Este seu "post" fez-me lembrar uma palavra que eu amo Aventar e que eu penso, que
também é uma palavra alentejaníssima. Qual é o alentejano que atira? nenhum,
todos aventamos, mandamos ao vento, existe uma poesia nesta palavra aventar = atirar ao vento que nos faz sonhar...e
não atiramos às ventas, se bem que na interpretação de alguns, eu possa estar a
“atirar” às ventas, a minha própria ignorância ou a ignorância de outros. Atirar
é de tiro, e quando lançamos qualquer coisa ao vento não atiramos, mas sim
lançamos ao vento, "aventamos". Este é apenas um exemplo mas há muitos
mais. Por isso, eu acarto, tu acartas ele acarta...e, eu avento, tu aventas e
ele aventa.