Foto Jornal Alto Alentejo |
Não tinha planeado ir ver “in loco” esta tomada de posse,
mas, um telefonema muito em cima das 21 horas que me surpreendeu imenso, fez-me
mudar de ideia e como resido muito perto do centro de congressos em dois
minutos estava lá, bom! Terão sido três ou quatro, mas, não mais de cinco.
Cheguei a tempo do início da cerimónia e deparei-me com uma
sala cheia, que não chegou para todos os que até lá se dirigiram. Deixou-me
satisfeito ver que ainda há em Portalegre, uma meia dúzia de gente que valoriza
estas cerimónias, por isso a todos os que se deram a esse “trabalho” deixo aqui
o meu aplauso.
Como penso ser do protocolo, tomaram posse em primeiro lugar, os membros da assembleia municipal, também designados por alguns regimentos de
assembleias municipais, como “deputados
municipais”, há quem fique indignado com esta denominação, tendo até sido
alvo de “discussão” num “post” do “facebook” no mesmo dia. Opiniões, e cada um
tem a sua. Seguiram-se os membros das juntas de freguesias e por fim os da
câmara municipal.
Foi chamada para tomar posse e fazer o juramento de
fidelidade a presidente eleita, Fermelinda Carvalho. Devia seguir-se a cabeça de
lista eleita pela CLIP, Adelaide Teixeira, mas não, BUUMMM, ouviu-se um estrondo, eu ouvi, embora não com surpresa,
quando foi chamado o segundo nome da lista, Nuno Lacão. Houve bocas, embora
tapadas, que se encostaram aos ouvidos vizinhos, - que se passa aqui?, alguns
mantinham a esperança, ou talvez não, que devia ter havido um equivoco
qualquer, coisas que podem acontecer, quem não se engana que atire a primeira
pedra. A esperança de continuação, ou o desejo de afastamento, por aquela que
até ao momento nos governava, foi desfeito, quando foi chamado o terceiro nome
da lista do CLIP, João Nuno Cardoso. Não havia engano. A cabeça de lista do
CLIP tinha renunciado ao seu lugar de vereadora. Penso que até os órgãos de informação
ficaram surpreendidos com o “estrondo”
provocado por não terem sabido antecipadamente.
Tal estrondo foi replicado nas redes sociais, “facebook”, nas
páginas da Rádio Portalegre e Jornal Alto Alentejo. Há de tudo. Os “opinantes”
ou “comentadores” que nada acrescentam, para além do mal dizer, puseram-se logo
em bicos de pés.
Como digo antes, não foi surpresa para mim. Vou fazer uma
inconfidência, e por isso, peço já desculpa e perdão à Dra Adelaide Teixeira, não
é por “vaidade”, mas para mostrar que só uma “Alma Superior” tem a humildade de me ter ligado, a mim?...
dando-me o “privilégio” de anunciar
que ia renunciar e que tinha ficado sensibilizada com o meu agradecimento
público.
Também eu fiquei muito sensibilizado e surpreendido por tal
telefonema, ainda estou, meio tonto,
ao momento que escrevo este “Post” e já passou a noite e parte do dia.
Não tem nada que agradecer Dra Adelaide Teixeira, eu e todos nós, portalegrenses nascidos ou residentes, é que temos a
obrigação, repito a obrigação de lhe agradecer. Pessoalmente repito, MUITO OBRIGADO.
Estou convencido que fez aquilo que tinha de ser feito,
reduzir a divida. Paralelamente podia ter feito mais? Podia. Humildemente reconhece
que podia ter feito mais, e fez. Fez tudo? Não! Humildemente reconhece que há
muito mais para fazer. Mas, fez muito mais que apenas reduzir a divida. Deixou a “abastança”,
deixou projectos e sobretudo a capacidade financeira, para que outros possam fazer mais e melhor.
Tenho a esperança e o desejo que este novo executivo saiba trabalhar em conjunto e aproveitar estes recursos para tornar
Portalegre uma cidade de futuro. Com dinheiro tudo se torna mais fácil. Não vão haver desculpas para este novo
executivo.
Considero “injusto”, não lhe ter sido dada novamente, a oportunidade de
mostrar que conseguia fazer ainda mais por Portalegre. Mas, o “povo é quem mais ordena” e ordenou
assim.
Este meu “escrito”, pode parecer a alguns, o “elogio fúnebre”, já que todos depois de
mortos, passamos a ser “boas pessoas”.
Eu escolho elogiar em vida. As cabeças destes novos membros do executivo, vão
passar a ostentar a “coroa de louros”
para si e as equipas que liderou, nestes anos, vão ficar as “coroas de espinhos”, mas, há lá maior honraria que, a de usar a mesma
coroa de Jesus Cristo?
Uns vão-lhe dizer que saiu pela porta pequena, já me disseram
isso, respondi-lhes que saí e saio pela porta que sempre entrei e de cabeça
erguida. Tenha a certeza que saiu pela
porta que sempre entrou e de cabeça erguida.
Ao contrário de muitos, não me desiludiu nem decepcionou com
a decisão de renúncia, ao cargo de vereadora, ah! E não dei por desperdiçado o
meu voto, não tenho que justificar em quem voto, mas sim, votei CLIP para os
três órgãos.
Acredito que não tenha sido uma decisão fácil. Um cabeça de
lista quando concorre à presidência de câmara é para ser presidente e não para
ser vereador. Ainda mais quando esse candidato é presidente de câmara. Acredito
que a sua intenção inicial, não seria a de renunciar ao cargo de vereadora,
seria mesmo a de assumir esse cargo, com a mesma humildade e determinação que assumiu
e assumiria ser de novo presidente de câmara. Naturalmente que até à tomada de
posse, teve o tempo necessário e suficiente, para reflectir e se aconselhar com
os que lhe são mais próximos e queridos.
A decisão é nossa, neste caso sua, depois de reflectir e se
ter aconselhado, decidiu renunciar, e no meu modesto entender, decidiu bem. Eu,
“no seu lugar” que só por hipótese de
raciocínio, me atrevo a alvitrar, teria decidido da mesma maneira.
Como diz na sua entrevista ao jornal Alto Alentejo, não quer ser
vista como um obstáculo. Muitos ficariam sempre com a ideia que não queria
deixar “o poleiro”. Humildemente
demonstrou que o que a moveu e move, não é, nem foi o poleiro, tendo deixado
vago todo o “galinheiro”. Só “almas superiores” conseguem ter vistas
alargadas para além do seu umbigo.
Vai passar um período de “nojo”, como eu costumo dizer, são
três dias, incha, desincha e passa.
Há mais vida para além desta, presidente de câmara, quem vai
lucrar com isso serão os seus alunos, tenho a certeza que terão uma excelente
professora e que terão muito a aprender.
Se me permite, deixo-lhe aqui um beijinho de muita estima e um muito obrigado.
O tempo fará a sua justiça.