(Isidro Santos)
Justiça
é a particularidade do que é justo e correto, como o respeito à igualdade de
todos os cidadãos.
Lei
– do verbo latino “ligare”, que significa “aquilo que liga”, ou “legere”, que
significa “aquilo que se lê, é ainda o conjunto de normas recolhidas e
escritas, basadas na experiência das relações humanas, que servem para ligar os
fatos ou os acontecimentos ao direito
Se pesquisarmos sobre o
que é a justiça, vamos encontrar imensas definições, a falar sobre as várias
justiças, como por exemplo: justiça comutativa; justiça distributiva; justiça poética;
justiça pública; justiça social, enfim imensas…como digo atrás, ah! e a justiça
de Salomão.
Pelo exposto, e como todos já sabíamos, lei
e justiça não são a mesma coisa. Porquê falar de lei e de justiça hoje? Para
melhor se perceber o que pretendo dizer, vou socorrer-me de exemplos.
Se um operário fabril, trabalhador rural,
ou outros considerados menos qualificados, no exercício das suas tarefas,
cometerem um erro de avaliação, de execução ou omissão, é responsabilizado
disciplinarmente e ou eventualmente criminalmente, com todas as suas
consequências.
Se um polícia, PSP ou GNR, aqui não me
interessa a “guerra” de ser ou não militar, e também não me refiro às outras polícias,
porque as outras são consideradas “experts” o que, no entender de alguns, não
cometem erros, logo não os vou incluir, mas, para que não fira
susceptibilidades, também podem ser incluídos naturalmente, mas dizia, PSP ou
GNR cometerem algum erro de avaliação, e têm de tomar a decisão, no momento,
em cima do acontecimento, com
a adrenalina próprias do momento, com
o stress, com o medo, sim porque também se sente
medo, com a ansiedade da situação
vivida, da acção ou omissão a desenvolver e esta não for considerada,
por aqueles que, nos luxuosos gabinetes, com ares acondicionados
ligados, no quente ou frio, conforme o tempo, na paz dos anjos, e, na maioria
das vezes com um batalhão de assessores, e “expert”, a mais acertada, estes PSP
e GNR pagam disciplinarmente e/ou
criminalmente o erro de terem tomado uma decisão, acção ou omissão.
Tenho vontade de dizer, muito gostaria de ver esses “julgadores”, no mesmo
ambiente, a fazerem a avaliação e a tomar a decisão e ver se coincidiriam no
mesmo “julgamento”, mas, não é por aqui que vou…
Já ouvi e vi muitas críticas, a dizerem
que os polícias têm formação e treino, para não se deixarem influenciar pelo “ambiente”,
ou seja, pela violência cometidas pelos outros, contra si, e contra os que
estão a protegerem, pelo stress do momento, pela adrenalina, pela ansiedade… tretas,
mentiras de quem afirma isso, uns por ignorância, porque não sabem como são
formados os polícias, outros porque gostam de serem enganados, outros porque
acham bonito dizerem isso. Fui formado como militar e como polícia e também fui
formador e nunca recebi nenhuma formação em termos psicológicos de como lidar
com estas situações, é com a experiência, com o tempo, o que quer dizer que cada um lida e gere-as conforme a sua
pessoa, o seu caracter. Hoje, não sei se houve alguma evolução nesse
sentido, mas, atrevo-me a apostar que está tudo como antes.
Se um médico, técnico altamente
formado, treinado e especializado cometer um erro de avaliação, a maioria
das vezes nem isso é, é simplesmente falta de atenção ao ler a ficha do doente,
ou fazer ouvidos moucos ao que dizem os que estão ao seu redor, operam ou cortam
a perna direita em vez da esquerda, operam ou cortam as duas mamas porque antes
cortaram a esquerda em vez da direita, bom, os exemplo podiam ser muitos, de
referir que, estão num ambiente calmo na maioria das vezes, sem stress, com
música de Mozart ou outro qualquer grande músico, sem violência, sem
adrenalina, sem ansiedade, os que lhes acontece? Nada. Na maioria das vezes nem
processo disciplinar e já sabemos porquê.
Se um juiz, técnico altamente
formado, treinado e especializado cometer um erro de julgamento, num ambiente controlado e seguro, onde só ele manda, e todos lhe obedecem repare-se que aqui não é erro de avaliação, o que
lhe acontece? Nada. Porque os juízes representam
o estado e não podem ser responsabilizados directamente pelas decisões que
tomam.
Se um politico, ao que dizem os melhores técnicos, nas diversas áreas, cometem erros de
administração e gestão dos dinheiros que, são de todos nós, o que lhes acontece?
Nada. Porque, se assim não fosse,
estes mesmos, os melhores técnicos e profissionais, dos vários sectores, não
quereriam estar na política. Tretas,
mentiras que nos querem fazer
acreditar. A maioria deles está na política, porque são incompetentes, são burros, sem ofensa para o animal, porque
esse eu estimo e admiro, estão, porque sabem que não são chamados à responsabilidade,
nem disciplinarmente, nem criminalmente, nem civilmente.
Se os juízes representam o Estado, que
somos nós, os polícias representam-se a si próprios?
Porque o texto já está a ficar extenso e
ninguém vai ler vou terminar. Onde está a JUSTIÇA?
Onde
está o justo e correto, como o respeito à igualdade de todos os cidadãos?