domingo, 14 de janeiro de 2024

A grande oportunidade

Em consequência da “queda” do governo, provocada pela demissão do primeiro ministro e do empurrão do presidente da república, entrámos na campanha eleitoral, embora, ainda não aberta oficialmente.

Tivemos dois congressos o do PS para tomada de posse do novo secretário geral – Pedro Nuno Santos e no presente fim-de semana o do Chega, o partido do André Ventura. É assim que eles o designam, é dele e de mais ninguém.

O homem (André Ventura) antes, elegeu como adversários a esquerda: PS, PCP/CDU, BE, Livre, PAN. Sempre se quis “achegar” ao PSD, mas como este, (PSD) diz não querer nada com ele, disfarça mal o afastamento, permitindo sempre que lhe convém o “achegamento” como foi o caso na Madeira. Esta “achega” parece que não correu lá muito bem…mas isso agora não importa nada…

O homem (André Ventura) quer ser governo, e primeiro ministro, oxalá nunca o venha a ser, tem procurado por todos os meios e feitios “achegar-se” ao PSD que lhe tem, para já, dificultado este desejo, tendo-se “achegado” aos partidos já mortos e enterrados, (CDS e PM) ressuscitando-os, para juntarem os parcos votos e com isso poderem eleger mais um ou dois deputados. Só de passagem, nesta “geringonça” à direita, quem foi o esperto nem sequer foi o actual presidente do CDS, ou do PSD, mas sim, um homem inteligente, porque o é, Paulo Porta.

O homem (André Ventura) não está de modas, vai daí, já que não nos achegamos, agora sou eu que os afasto. Como é que é possível, ainda haver cidadãos que acreditam em pessoas que há poucos dias atrás se queriam achegar a outro partido, porque sabem que só assim é que será possível “achegarem-se” ao poder, embora os critiquem de todas as formas e agora, hoje, digam exactamente o contrário.

Quer se goste quer não, o homem tem o “dom” da palavra, repito o dom da palavra, não o dom da resolução dos problemas do país.

Estes homens (Nuno Pedro Santos, André Ventura, Luís Montenegro) que nada fizeram pelo país, mas não se têm esquecido de fazer em proveito próprio, porque é latente o mal estar dos profissionais de segurança (PSP e GNR) em consequência do subsídio de risco atribuído à Policia Judiciária, vêm agora prometer a resolução, equidade quando forem eleitos. Fui militar da GNR e sou militar na reforma e sei o quanto é injusto tais descriminações. Reconheço e aplaudo a luta destes profissionais, o que já não aplaudo é a mentira descarada destas promessas, como se este, fosse o verdadeiro problema dos cidadãos deste país.

Acredito que somos energia, tenho de admitir que o homem (André Ventura) põe muita energia nas suas palavras e actos, tenho receio, muito medo mesmo, que esta energia se contagie e propague. Tenho receio, muito medo mesmo, que uma mentira, pior, muitas mentiras, ditas muitas vezes, sirvam para convencer os desiludidos com a política e os políticos que temos.

Infelizmente, ainda não são estes partidos e estes políticos que me convencem.       


quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Direito à indignação

Começamos mal o ano de 2024, ou melhor, continuamos na mesma, com a péssima prestação de serviços públicos.

Não é a primeira vez que desabafo/indigno publicamente, sobre os péssimos serviços públicos e concretamente com o Serviço de Finanças de Portalegre.

Uma vez mais, hoje, (04/01/2024) pelas 12h44, conforme as fotos documentam, dirigi-me à Repartição de Finanças de Portalegre, a fim de proceder ao pagamento do IUC (selo do carro). Na tesouraria não havia ninguém, no “guichet” número um, estava uma placa com a palavra Encerrado. No separador em acrílico estavam colados vários papéis. Um com a informação do horário e dos contactos.

Diz o papel:

Horário

Sem Marcação 09h00-12h30

Com Marcação 12h30 – 15h00

Um outro papel diz:

Sr Contribuinte

INFORMA-SE QUE O SERVIÇO DE COBRANÇA SE ENCONTRA ENCERRADO POR LIMITAÇÃO DE R.H

CASO NECESSITE DE FAZER ALGUM PAGAMENTO TIRE UMA SENHA

H – ATENDIMENTO GERAL

QUANDO FOR ATENDIDO SOLICITE AO COLABORADOR O DOCUMENTO DE LIQUIDAÇÃO E COM O MESMO PODE FAZER O PAGAMENTO NOS MEIOS ALTERNATIVOS

MULTIBANCO

CTT

HOMEBANKING

NO SEU BANCO

(assim tudo em letra maiúscula e bem grade não seja alguém cego) 

Pois bem o que me leva à indignação?

Segundo o papel que nos informa do horário, era suposto estar um “colaborador”, das 09h00 às 15h30 a colaborar connosco, digo eu! Ou não é suposto eu pensar assim?

Pois, dirá você, não é suposto pensar assim, porque também somos informados que há limitação de R. H.

Que diabo é isto de R. H.?

- Raça Humana!?

- Ranhosos humanóides!?

- Risos humorísticos!?

- Oh homem! Isso quer dizer recursos humanos!

- Ah!... então não podiam ter escrito a palavra completa?

- Oh homem! Estão na poupança. Já viu quantas letras mais eles tinham de juntar, isso custa tempo aos R. H. que são limitados…

Ah! Ok! Já entendi! São mesmo limitados coitados…    

- Mas o papel diz para tirarmos a senha se precisarmos de fazer algum pagamento. Como é que eu tiro a senha se no “dispenseiro” das senhas, todas as possibilidades para as tirarmos estão inactivas?

- Oh homem! não vê que eles estão ou são limitados…

- Ah! Ok! Já entendi. São tão limitados que nos mandam a outros para fazerem o serviço que lhes compete a eles.

Bom, do mal o menos. Tenho de fazer justiça ao serviço de finanças de Portalegre. Reconhecem que são limitados, não é para todos, reconhecermos os próprios defeitos. É mesmo uma virtude. Têm o bom senso de dar trabalho aos Correios, aos bancos, de obrigar-nos a mais perda de tempo, a dirigirmo-nos para outras filas de espera. O pior de tudo, é que não conseguimos levar o malfadado documento de liquidação.

Brincadeira à parte ou mesmo a tentativa de humor, a verdade é que estou mesmo indignado com a péssima prestação de serviços públicos no geral. Fala-se muitos dos serviços de saúde (SNS), o tempo interminável de espera nos corredores dos hospitais, falta de médicos e outros cuidadores de saúde, falta de professores, falta de agente de justiça, de segurança etc.

Ou seja, mesmo eu estando disposto a pagar o imposto a que me obrigam, para que, não haja falta de “colaboradores”, os serviços não estão disponíveis para os receber.

Há uns tempos, falava-se muito em serviços de proximidade. Onde estão eles? Estão cada vez mais afastados do cidadão e nós deixamos que isso aconteça. Numa época em que tanto se critica os nossos jovens por não haverem “momentos de família” e em que cada um está na sua, de telemóvel na mão, ou sentados em frente de um computador, também nós, mais velhos, somos empurrados ou nos deixamos arrastar para o que tanto criticamos.

Não, eu não como e calo.

Já dizia a minha avó:

- “quem não se sente não é filho de boa gente”.

- “quem cala, consente”.

Eu não consinto, por isso não me calo, que serviços públicos que eu pago com os meus imposto e descontos prestem um péssimo serviço.

Há que mostrar a nossa indignação, não somente por palavras, mas também por acções. Uma boa acção seria não pagarmos os impostos, muitos deles simples roubalheiras como é o caso do IUC. Porque é que os carros eléctricos não pagam? Melhor, porque é que os carros que não são eléctricos não deixam de pagar também?

Ah! A defesa ambiental…ah! A roubalheira…