sexta-feira, 26 de julho de 2019

Aleluia

Não é para me gabar, mas acho, não, estou convencido, que a ministra da saúde, Marta Temido, leu o meu “post” os “Lobis” https://nemtantoaterranemtantoaomar.blogspot.com/2019/06/os-lobis.html  senão, porque carga de água só agora o governo se iria lembrar duma coisa destas…
Brincadeira à parte, fico muito satisfeito que, finalmente, alguém com responsabilidades na área da saúde, tenha a coragem de desafiar o lóbi dos médicos. https://observador.pt/2019/07/26/governo-podera-obrigar-jovens-medicos-a-permanecer-no-sns-durante-algum-tempo/ Então não é que a Sra está a fazer jus ao seu nome “Temido” e está a provocar medo ao lóbi médico. Oxalá que nenhum deles se lembre de a “matar”, porque a eminência existe, basta passar a “certidão de óbito”, e o funeral é feito.  
Há muito que devia ter sido feito, e espero que, quer a ministra quer o(s) governo(s) de agora, ou futuros, tenham a ousadia e coragem, de mostrar quem manda e quem decide as políticas de saúde, de educação e outras. Os lóbis, só têm a força que se lhe der.
Todos nós nos recordamos do, “dono disto tudo”. Era o supra sumo, o todo poderoso, que ninguém ousava desafiar, muito menos conta-dizer e, de um momento para o outro, o dono disto tudo virou, “dono de nada”, bom, inda tem muito…do que roubou de todos nós, e que ainda não pagou, nem vai pagar.
Agora, parece querer aparecer outro dono disto tudo, na saúde, o bastonário da ordem dos médicos, Miguel Guimarães, que se atreve a ameaçar, a ser verdade o que vem escrito no “observador” de 26/07/2019 “Se isto [obrigação de os médicos trabalharem um determinado número de anos no SNS] for uma coisa imposta por qualquer Governo, com ou sem maioria absoluta, vai correr mal”  “Não faz sentido estarmos a obrigar os médicos a ficarem no SNS, quando o SNS não tem condições para ter os médicos”.
Fico incrédulo com as palavras deste bastonário, só mesmo quem se acha o dono disto tudo se atreve a ameaçar todo um povo, vai correr mal porquê?
Não meu caro Sr bastonário, não vai correr mal, tem tudo para correr bem, assim aja coragem por parte da(os) ministra(os) e governos para levarem avante esta solução. peca por tardia. Lá diz o ditado “quanto mais nos agachamos mais o cu nos aparece”. Eu estou farto de estar agachado…
Então, o que faz sentido para o bastonário da ordem dos médicos é que, continue a haver mais de setecentos mil utentes sem médico de família?
Que, os que não têm poder económico, para pagar balúrdios nos hospitais privados, morram por falta desses mesmos recursos?
Que o SNS continue a pagar aos hospitais privados?
Que os médicos ganhem os honorários em duplicados, dizendo que estão a trabalhar no SNS, e vindo-se a verificar que no mesmo horário, estão sim, a trabalhar nos hospitais privados?
Que os médicos continuem a encaminhar os doentes do SNS, para os serviços e hospitais privados?
Que as listas de espera do SNS continuem e aumente, porque coitados dos médicos, não têm tempo nem condições para consultar/tratar/operar no SNS, mas conseguem arranjar tempo para fazerem o mesmo serviço nos hospitais privados?
Que os médicos utilizem os recursos humanos, materiais e instalações do SNS e os venham a cobrar como serviços prestados nos privados? Sem ressarcirem os hospitais públicos.
Enfim é um rol infindável…é claro que o Sr bastonários está a ver que a “galinha dos ovos de oiro” pode estar preste a entrar na menopausa…oxalá que isso aconteça para bem de todos nós.

sábado, 20 de julho de 2019

O ENXOVALHO



Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão

Este provérbio vem a propósito do que se está a passar no país e em especial na sequência da entrevista do CEMGFA, almirante Silva Ribeiro ao Público e à Rádio Renascença.

Queixou-se o almirante, da falta de seis mil efectivos nas forças armadas e dizia ele, “na minha opinião, coloca em perigo a segurança das instalações e meios militares e põe em risco missões, quer em Portugal quer no estrangeiro”. 
Pois bem, de imediato assaltaram-me ao pensamento algumas dúvidas:
 - Tem o almirante CEMGFA direito, nestas matérias, a ter uma opinião?
- Tem o almirante CEMGFA direito, a exprimir essa opinião, numa entrevista, sem que antes a tenha manifestado, por escrito, ao(s) seu(s) superior(es) hierárquico(s)?
- Mediu ele a consequência dos seus actos (entrevista)?
A estas dúvidas, o meu intelecto, que é limitado, e em nada comparável ao de tão ilustres protagonistas, tentou responder.
Na minha modesta opinião, e sim, é apenas uma opinião, o Sr almirante Silva Ribeiro CEMGFA, não tem direito a opinar, porque nestas e noutras matérias, relevantes para o país, os responsáveis não têm direito a opinar. Têm o DEVER de demonstrar por estudos feitos, que lhes é impossível desempenhar com eficácia e eficiência as suas missões. Tal não ficou demonstrado, limitando-se a dar uma opinião, como se fosse um Zé ninguém, como eu, sem quaisquer responsabilidades.
Pelos vistos, não transmitiu ao ministro da defesa essa sua opinião, ou se transmitiu, não a demonstrou com estudos que provem a sua razão (opinião), daí o ministro ter sido apanhado de surpresa e ter reagido da forma que reagiu, mas, à frente falarei sobre esta reacção. Enquanto as pessoas com responsabilidades no país, não tomarem consciência que não têm direito a ter uma opinião, mas sim, têm o dever de zelar pelo cumprimento do que lhes está incumbido, “não passaremos da cepa torta”
O CEMGFA, terá consciência, tem de ter, que ao dizer, e ao saber antecipadamente, porque pertence ao sistema, que a falta de efectivos põe em perigo a segurança das instalações militares e põe em risco as missões, tem de ter consequências. Uma delas é a exigência do aumento de efectivos, para aceitação do cargo, ou a redução das missões. O que fez ele e fizeram os outros? Aceitam os cargos, não fazem exigências, e se fazem, porque não obrigam o seu cumprimento no tempo determinado? e continuam a fingir que está tudo bem?
Vou contar, uma breve história, de entre muitas, dos meus tempos de militar, e de formador na GNR. Numa determinada ocasião a DI (Direcção de Instrução) entregou-me 500 testes, ou mais, já não sei precisar, para classificar e que os teria de entregar, classificados naturalmente, passadas quarenta e oito horas. Considerei, naturalmente que, o que me estavam a exigir, era um completo absurdo, porque ninguém conseguiria com honestidade e rigor cumprir tal missão. De imediato fiz uma conta muito simples, demonstrado que cada teste levaria no mínimo entre dez a quinze minutos a corrigir (classificar), não eram testes de cruz, eram escritos, em muitos deles tínhamos de estar a decifrar a caligrafia, mas adiante, expliquei X teste vezes y (10 minutos) dá Z minutos/horas/dias. Foi como se tivesse caído o Santo e a Trindade, e disseram-me – Ah! Mas você faz essas contas todas para corrigir meia dúzia de testes. Expliquei-lhe que me obrigaram a fazê-las, porque o que me estavam a pedir, exigir, era impossível concretizar, logo eu não aceitava aquele prazo. Perante a evidência, demonstrada, tiveram de aumentar o prazo de entrega.
Isto tudo, para dizer que a opinião não basta, eu não disse: - acho que não vou conseguir corrigir todos os testes nesse tempo. Demonstrei que não ia conseguir e recusei entrar no fingimento.
Se o Sr almirante e demais chefes militares, não conseguem cumprir o que lhe está incumbido, simplesmente não aceitem. Se ninguém aceitar, quem os incumbe de tais responsabilidades, terão de “rever a matéria”.
A reacção do ministro foi a de assinalar a porta de saída ao Sr almirante. Este e os demais que vão fazer? Saem ou ficam? E os que se seguirem aceitam nas mesmas condições? Não Sr(s), têm uma palavra a dizer é só, a de demonstrarem, ou não, que o que lhes é pedido, nestas condições, é impossível concretizar com honestidade e rigor.