domingo, 2 de maio de 2021

Novo aeroporto versus barragem do "Pisão"

Foto Tribuna Alentejo

Os rostos da mentira a dizerem-nos
- Olha! Eles acreditam!
E riem-se mesmo à nossa frente.

 Ciclicamente, especialmente em ano de eleições, quer sejam para as presidenciais, legislativas, ou autarquias ouvimos falar sobre estes empreendimentos.

O aeroporto da Portela em Lisboa, foi construído, em 1942, imagine-se por aquele estado, chamado de “estado novo”, que é “acusado” de só subjugar o povo. Não vou falar das imensas obras a nível nacional feitas pelo então “estado novo”. Do que vou falar é das promessas do “estado a que chegámos”, hoje o nosso estado. Desculpem-me a reutilização desta designação, que não é minha, mas que define muito bem as sucessivas governações pós 25 de abril de 1974 e não apenas o antes, a que se referiu Salgueiro Maia.

Nestes últimos anos dizem-nos que o aeroporto da Portela está saturado ou seja sem capacidade para receber mais aviões. Mas será mesmo assim? Tenho as minhas dúvidas, porque a ser mesmo verdade, já o teriam construído, digo eu que não sou “expert” na matéria.

A primeira vez que se ouviu falar num novo aeroporto foi ainda no “estado novo”, poucos anos depois da sua construção em 1969, era eu uma criança e sem televisão, pelo que não tenho rigorosamente nenhuma memória sobre este assunto.

Pode-se dizer que já nasceu esgotado, porque passados 20 anos, já os algozes queriam um novo, não o tendo conseguido nesta altura, insistem, insistem, insistem…

Já no “estado a que chegámos”, o que vivemos actualmente, os nossos “queridos” políticos/governantes e demais correligionários, entenda-se todos os que ganham milhões á nossa custa, querem continuar a fazer-nos acreditar na patranha do esgotamento do aeroporto da portela.

“No estado a que chegámos” já vivemos sob a alçada de governos de todas as cores e símbolos, socialistas, PSD(s), mistos (PS/CDS/PSD).

Não sei se por coincidência ou não, chego à conclusão que o aeroporto da Portela só esgota a sua capacidade quando nos governam os nossos “queridos” socialistas, senão vejamos:

Em 1999 é a primeira vez “que no estado a que chegámos” se fala no esgotamento do aeroporto da Portela, quem nos governava? – António Guterres;

Volta-se a falar em 2008, quem nos governa? – José Sócrates;

Terceira tentativa em 2019, quem nos governa? – António Costa;

Em 2021 depois de mais de setenta milhões gastos só em estudos, deitados para os bolsos dos correligionários, chega-se à conclusão que nenhuma das hipóteses já “estudadas” e dadas como certas é adequada para o novo aeroporto alternativo.

Voltamos à estaca zero, novos estudos, mais dinheiro…

Há dez anos é inaugurado o aeroporto de Beja, num investimento de trinta e três milhões de euros, ressalve-se que só em “estudos” dos alternativos em Ota/Alcochete/Montijo já se gastou mais do dobro. O primeiro-ministro de então, José Sócrates, dizia que o investimento foi ponderado e a infaestrutura iria servir todo o país. Vê-se no que está a servir…de pousio.  

Do novo aeroporto, a construir sabe-se lá quando, lá para os lados de Lisboa, passamos a uma realidade bem mais próximo de nós, norte-alentejanos, à barragem do Pisão.  

Também aqui, há mais de setenta anos, se fala da necessidade deste investimento.

Todos os ministros socialistas, incluindo o primeiro-ministro, sempre que visitam o alto Alentejo, mais concretamente o distrito de Portalegre, fazem dessa visita, campanha eleitoral, desta é que é, desta é que se vai construir a barragem e nós alentejanos de boa alma, acreditamos. Actualmente, o “nosso” representante socialista no parlamento, Luís Moreira Testa, através de uma alocução, de puro sabujismo e lambe botas, na assembleia da república perante o primeiro-ministro, agradeceu o investimento inscrito no PRR, levando-nos a acreditar que a construção da barragem está para breve. Esta “gente” lambe botas, mentirosos, querem fazer-nos a todos de parvos, fazer parecer aquilo que na realidade não é.

Mostraria os "tomates de alentejano", se é que os tem, se em vez de ter bajulado o primeiro-ministro, o tem confrontado com as mentiras que tem propalado quer sobre esta construção quer sobre a construção do novo quartel da GNR.

Claro que ao mostrar os tomates ficaria despido e numa posição incómoda de ultraje politico.   

Quem assistiu à última reunião do executivo da câmara de Portalegre, ficou a saber que não há nem nunca houve nenhum projecto de construção da barragem do Pisão. Soube-se que os quinzes concelhos acordaram pagar em partes iguais os “estudos”, uma vez mais os “estudos”, de impacto ambiental e suas envolventes. Só este estudo vai ficar em mais de um milhão de euros. Ficámos também a saber que em 2005 a câmara do Crato tinha pago nos mesmos estudos mais de quinhentos mil euros e ao que foi dito pelo Sr vereador Correia da Luz, à data presidente da câmara do Crato ainda estariam válidos.

Contrariamente ao que diz o Sr deputado Luís Moreira Testa, o governo não tem nenhuma intenção de construir a barragem do Pisão, nem sequer pagar os “estudos”, obrigando-nos a todos nós alto alentejanos do distrito de Portalegre a suportar tal encargo através das câmaras.

Mas estes socialistas são por demais, para além destas eternas promessas, barragem do Pisão, quartel da GNR, vêm agora com mais uma, o plano estruturante da via férrea.

Já que falamos em via férrea e uma vez que há cabeças, não sei se só socialistas, se estão a voltar de novo para Beja, será que o plano estruturante da via férrea contempla passar pelo aeroporto com destinos vários. Sabemos que Beja e Lisboa distam alguns quilómetros, mas a linha férrea não seria uma boa solução quer em termos económicos/financeiros quer em termos ambientais? 

Ainda vamos ver o “elefante branco” de Beja tornar-se o elefante cá de casa.

Claro que vamos continuar nos estudos… 

Resumindo, fracos alunos, não passam dos estudos…   

 

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