Há uns dias atrás, a 19/01/2023, foi notícia a
invasão do palco do teatro São Luiz em Lisboa por uma “atriz” travesti “Keyla
Brasil” onde se representava a peça “Tudo sobre a minha mãe”.
Cada um tem direito a
ter as suas opiniões e manifestá-las como entender. Não tem é o direito de
estragar a “cena” do outro/a e
invadir o espaço e local de trabalho daqueles que o fazem com amor.
Pelas imagens que vi na
televisão a “cena” na invasão do palco, foi grotesca e deplorável. A mim
feriu-me os olhos e os ouvidos.
Mas, o que a mim me
preocupa, embora “condene” naturalmente, não é propriamente a cena da invasão
do palco, é o facto de o encenador/produtor da companhia “Teatro do Vão” ter
assumido a “falha” e ter substituído, no imediato, o actor André Patrício.
Qual “falha”? a
personagem “Lola” estava a ser mal representada?
- Não, não é isso, é
que a Lola não estava a ser representada por um/a “trans” ou travesti
- Ah! Ok, então todas e
quaisquer personagens de uma qualquer peça de teatro, cinema ou televisão têm
de ser representadas por “originais”.
É isso?
- Pois! Se calhar sim.
- Ah, Ok! Então já estou
a ver, que numa próxima peça sobre políticos, estes vão ser representados por
ladrões, mentirosos e corruptos. Já estou a imaginar um político, por exemplo,
ministros das infraestruturas, da agricultura, da defesa, ou um presidente de
câmara a invadir o palco D. Maria e exigir substituir o actor que representa o
papel. Quero ver qual é o primeiro político a dar o passo em frente, já que
tantos defendem estes desideratos sociais. Esta peça não vou perder, nem que
para isso me tenha que deslocar propositadamente a Lisboa.
Fico perplexo:
- como é que um profissional, encenador/produtor,
se deixa intimidar desta maneira;
- como é que uma dita “acriz”
trans ou o que for, se sente em condições de substituir um actor que ensaiou o
papel por algum tempo;
Como é que o restante
elenco aceitou de “bom grado” esta
substituição.
Esta é a opinião de uma
“cambada” de seguidores. Hoje somos todos
“seguidores” uns dos outros, especialmente nas redes sociais…Há os que se
julgam influenciadores, “influencer(s)”, para ser mais chique, e a cambada de
ovelhas que acham, já que não pensam, que tudo o que estes “influencer(s)”
fazem ou dizem é que está na moda e mais perigoso ainda, está correto.
Fico preocupado que,
numa época em que nos dizemos “livres”,
libertos, nos sintamos mais prisioneiros
do que no tempo da “Outra Senhora”.
Hoje, é pior do que no tempo
da outra senhora, não se pode pensar fora da “caixa” muito menos ainda, agir ou manifestar-se, contra os
conceitos dos inúmeros lóbis que hoje infestam a sociedade.
Tudo o que possas
pensar e manifestar de alguma forma, vai cair no:
- racismo;
- xenofobismo;
- pragmatismo;
- assédio.
Ai daqueles que ousem
manifestarem-se, por pensamentos, palavras ou obras, contra o “Status Quo”
instalado.
Irra que é demais.
Eu, como diz a canção “cantarei” até que a voz me doa.