sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Eu sou do tempo de...


Foto Digital Luso
 Não é de agora. Este mal, infelizmente, já vem de  alguns anos. Ao ouvirem-se e lerem-se determinadas notícias, a minha memória transporta-me ao “tempo de…”

Hoje, é lido na comunicação social que um homem bêbado arranca o nariz à dentada de um militar da GNR em Beja e agride mais dois.

Seria um caso de “NOTÍCIA” se fosse um “caso” inédito. Infelizmente, assim não é. São casos que se repetem com demasiada frequência, logo, não deviam constituir notícia.

Não é de estranhar que os polícias/GNR sejam agredidos com esta frequência, quando uma “fulana”, porque outro nome não tem, mas para os mais curiosos ou menos acompanhantes destes casos, sempre direi que, no seu cartão de cidadão, consta o nome de Inês Pedrosa, se dá ao desplante de, num órgão de comunicação social pago por todos nós, na RTP 3, afirmar, passo a citar, “um polícia tem de saber que ser agredido faz parte da profissão”.

Não! Sra “fulana”, os polícias não têm de saber que ser agredido faz parte da profissão. Porque a profissão, não é ser agredido, é garantir precisamente o contrário que não hajam agressões.

Sinto pena que a Sra “fulana” incida o foco, no é legítimo, o uso da violência e da agressão contra os polícias.

Mas, tenho a certeza que a Sra “fulana” não pensa o mesmo, se o polícia usar de violência e agressão, contra o cidadão comum, mesmo que esse cidadão, seja um criminoso.

São os tempos que correm.  

Não vi reacções públicas por parte dos órgãos de estado, particularmente do “comentador oficial do estado”, que tudo comenta, insurgir-se contra estas opiniões que incitam à violência contra os polícias.

Mas, não perderam tempo em comentar e insurgirem-se quanto às opiniões manifestadas, há poucas semanas atrás, por um punhado de polícias e GNR(s) nuns grupos privado e fechado das redes sociais.   

Aqui D’el Rei!, como se os polícias e os GNR não fossem cidadãos com direito a ter opiniões e expressar os seus sentimentos e o que sentem na pele.

Confessem. Ficaram com medo que os polícias começassem aos tiros a tudo que mexesse…e bem que mereciam. Porque sou cidadão em plenos uso dos meus direitos e deveres, à semelhança da Sra “fulana” atrás mencionada, e outros iguais, tenho o direito constitucional, a pensar e a escrever, que uma bala, bem direccionada, não seria bala perdida.

UFF! Desabafei, é que me estava aqui atravessado, e não me deixava engolir.    

Sou do tempo de, quando ainda havia respeito, repito, respeito, pelos polícias, pelos GNR(s), pelos militares, pelos médicos, pelos enfermeiros, pelos professores, pelos magistrados, numa palavra pelos servidores públicos.

Quando entrei para a GNR, já lá vão quase quarenta e dois anos, era hábito, que associações recreativas, por não terem disponibilidades financeiras, para contratarem os chamados “serviços gratificados”, a fim de garantirem a segurança dos espaços privados, pedirem emprestados aos comandantes dos postos locais da GNR o famoso “decalitro” e o capote de Guarda. Estas peças de fardamento eram penduradas num cabide bem visível, à entrada dos recintos.

Esta “artimanha” fazia acreditar que a GNR estava no local, desincentivando, por respeito à autoridade, quaisquer tentativas de conflito.  

Outros tempos. O tempo da ética, dos valores e da moral.

Hoje a violência e a corrupção expande-se por toda a sociedade, imperando nos titulares do governo/estado, quase fazendo-nos acreditar que ser corrupto é o comportamento acertado sendo impune.

Estes mesmos titulares do governo, têm o descaramento de nos virem dizer que estes comportamentos, podem não serem ilegais, porque cumpriram a lei.

Qual lei? A que eles mesmos fizeram para poderem abotoar-se com o que não lhes pertence.

Temos como ciente que a lei é o topo que “rege” os nossos comportamentos.

Por isso se cumpriu a lei está “TOP”.

Naturalmente, estão “TOP”, porque nunca tiveram noção do que é a ética, dos que são os valores do que é a moral.

Acima da lei estão estas noções:

- Ética;

- Valores;

- Princípios;

- E, a moral.   

A violência e a agressão aos servidores públicos, é uma agressão ao estado e o estado somos todos nós.    

O estado que se permite estes comportamentos, é um estado falido, sem ética, sem valores, sem princípios, sem moral.

É um estado indigno.

Sem comentários:

Enviar um comentário