terça-feira, 24 de janeiro de 2023

A violência

Há uns dias atrás, a 19/01/2023, foi notícia a invasão do palco do teatro São Luiz em Lisboa por uma “atriz” travesti “Keyla Brasil” onde se representava a peça “Tudo sobre a minha mãe”.

Cada um tem direito a ter as suas opiniões e manifestá-las como entender. Não tem é o direito de estragar a “cena” do outro/a e invadir o espaço e local de trabalho daqueles que o fazem com amor.

Pelas imagens que vi na televisão a “cena” na invasão do palco, foi grotesca e deplorável. A mim feriu-me os olhos e os ouvidos.

Mas, o que a mim me preocupa, embora “condene” naturalmente, não é propriamente a cena da invasão do palco, é o facto de o encenador/produtor da companhia “Teatro do Vão” ter assumido a “falha” e ter substituído, no imediato, o actor André Patrício.

Qual “falha”? a personagem “Lola” estava a ser mal representada?

- Não, não é isso, é que a Lola não estava a ser representada por um/a “trans” ou travesti

- Ah! Ok, então todas e quaisquer personagens de uma qualquer peça de teatro, cinema ou televisão têm de ser representadas por “originais”. É isso?

- Pois! Se calhar sim.

- Ah, Ok! Então já estou a ver, que numa próxima peça sobre políticos, estes vão ser representados por ladrões, mentirosos e corruptos. Já estou a imaginar um político, por exemplo, ministros das infraestruturas, da agricultura, da defesa, ou um presidente de câmara a invadir o palco D. Maria e exigir substituir o actor que representa o papel. Quero ver qual é o primeiro político a dar o passo em frente, já que tantos defendem estes desideratos sociais. Esta peça não vou perder, nem que para isso me tenha que deslocar propositadamente a Lisboa.   

Fico perplexo:

-  como é que um profissional, encenador/produtor, se deixa intimidar desta maneira;

- como é que uma dita “acriz” trans ou o que for, se sente em condições de substituir um actor que ensaiou o papel por algum tempo;

Como é que o restante elenco aceitou de “bom grado” esta substituição.

Esta é a opinião de uma “cambada” de seguidores. Hoje somos todos “seguidores” uns dos outros, especialmente nas redes sociais…Há os que se julgam influenciadores, “influencer(s)”, para ser mais chique, e a cambada de ovelhas que acham, já que não pensam, que tudo o que estes “influencer(s)” fazem ou dizem é que está na moda e mais perigoso ainda, está correto.

Fico preocupado que, numa época em que nos dizemos “livres”, libertos, nos sintamos mais prisioneiros do que no tempo da “Outra Senhora”.

Hoje, é pior do que no tempo da outra senhora, não se pode pensar fora da “caixa” muito menos ainda, agir ou manifestar-se, contra os conceitos dos inúmeros lóbis que hoje infestam a sociedade.

Tudo o que possas pensar e manifestar de alguma forma, vai cair no:

- racismo;

- xenofobismo;

- pragmatismo;

- assédio.

Ai daqueles que ousem manifestarem-se, por pensamentos, palavras ou obras, contra o “Status Quo” instalado.

Irra que é demais.

Eu, como diz a canção “cantarei” até que a voz me doa.      

 

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