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Como militar que fui,
sou, embora já afastado à cerca de treze anos, xiiiii! Como o tempo passa…não
posso deixar de manifestar o meu “sentimento” sobre o “acontecimento” do NRP
Mondego da Marinha Portuguesa.
A história, conhecemo-la,
por ter sido amplamente divulgada na comunicação social do “Reino”, perdão da
república. Resume-se essencialmente à “insubordinação por desobediência” de
quatro SARGENTOS e nove PRAÇAS, as maiúsculas não são por lapso nem por acaso.
Sargentos e Praças que
dão o corpo “às balas”. Já que os comandantes, não souberam ou quiseram dar o “murro
na mesa”, fizeram-no eles. O meu respeito a estes homens.
Infelizmente vão ser “cravejados”,
têm de servir de exemplo que, na marinha, não há insubordinados nem “usurpadores
de funções”.
Esta insubordinação por
desobediência, deve-se, nos argumentos dos insubordinados, entre outros, aos
factos de:
- O NRP Mondego
apresentar limitações técnicas graves que comprometem a segurança do pessoal e
do material e o compromisso da respectiva missão;
- Em formatura na
ponte, o próprio comandante, assumiu perante a guarnição que não se sentia
confortável em largar com as condições técnicas que o navio apresenta;
- As previsões meteorológicas apontavam
para ondulação de 2,5mt a 3mt, com período de 7 segundos;
- O navio possui dois (2) motores estando
um (1) deles, o de Bombordo, INOP. Este motor necessita
de uma manutenção W4 há cerca de 2000 horas de funcionamento;
- O motor de Estibordo com fugas diversas, em tudo idênticas às fugas
identificadas no motor de Bombordo, com consumo de óleo. Este motor necessita
de uma manutenção W4 há cerca de 2000 horas de funcionamento;
Duas mil horas correspondem a oitenta e três dias de funcionamento como eles dizem, mas certamente representam muitíssimos mais dias. Ou seja, neste lapso de tempo o que é que o comandante, as minúsculas não são lapso nem erro, fez para resolver este problema e salvaguardar as vidas dos tripulantes, inclusive a sua?
O que é que o Sr Almirante Gouveia e
Melo fez? Não tinha conhecimento destas anomalias? E nos outros equipamentos da
marinha?
O que é que o governo fez? Não tem conhecimento
do estado em que se encontram as Forças Armadas? Ou melhor dito, serão Forças Desarmadas?
Naturalmente isto é apenas uma gota de água num imenso oceano.
Quase aposto que, o Sr Almirante Gouveia
e Melo estava “deserto” que algo acontecesse na “sua” marinha, para aparecer de
novo na “ribalta nacional” e assim
fazer que não se esqueçam d’ele. Afinal o homem tem de estar sempre na ribalta
se quer ser presidente da república, não vão outros ultrapassá-lo, como ele,
eventualmente, fez com outros do seu ramo, tendo inclusive, mandando o seu
antecessor embora antes de ter terminado a missão para que fora nomeado. Fazer
frente e exigências ao governo, nunca!
A ser verdade, e não me custa mesmo nada
em acreditar que seja, que o comandante assumiu em formatura perante a
guarnição que não se “sentia confortável” em largar, porque LARGOU ao infortúnio, de um processo
disciplinar e criminal trezes militares seus?
Se é verdade que o comandante falou perante a guarnição, "não me sinto confortável", será que os restantes militares têm a coragem de confirmar em inquérito tais palavras. Não me parece...teriam de ser homens...
As razões estão bem de ver “falta de tomates” e carreirísmo, agora
cada um que se desenrasque é o que a “tropa” manda fazer…
O que menos importa aqui não é o crime
de insubordinação, embora seja por este e outros que eles vão
pagar. O que importa é o dislate de terem metido a “boca no trombone”, ainda por cima, não sendo músicos…
Como pessoa, desde criança, ensinaram-.me
e aprendi que, “Quem quer ser respeitado, tem de se dar ao respeito”. Como
militar apenas vim a reforçar este aprendizado, tendo-o praticado sempre.
Sempre respeitei e sempre fui respeitado. Bom, quase sempre, infelizmente na
fase final da minha carreira, e no topo desta, senti que não fui respeitado.
Tinha como adquirido, sendo “garantia”
que palavra de Comandante era “escritura” “assinada” e “autenticada”. Infelizmente
nem todos os Comandantes, hoje para mim, comandantes assim o entendem.
Há comandantes pequenos.
Há comandantes políticos no ativo.
Passei por uma experiência, que ainda
hoje, já passaram dezasseis anos, ainda me é “traumatizante” pela falta de
caracter, honradez e assunção de palavra dada de um comandante.
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