terça-feira, 31 de outubro de 2023

Bullying Social

Fotografia net

O assunto de que vou falar já é “velho” tem perto de um mês. Mas, porque ainda continua a dar que falar, quer nas redes sociais, quer nos meios de comunicação oficiais, também eu, hoje, decidi falar sobre ele.

Como é sabido, no dia oito de outubro foi eleito um “trans” como “miss” Portugal. As regras do jogo, alteradas, permitem que eles concorram. Concorreu e ganhou.

O assunto, melhor, o tema que me leva a escrever, nem são tanto as regras do concurso, deste ou d’outros, mas antes, o que está por detrás ou por “defrente” conforme as opções de cada um.

Eu sou pré vinte de abril de mil novecentos e setenta e quatro. Neste tempo, eu, porque não tinha ainda assim tanta vivência, nem tinha a noção, que não podíamos pensar, menos ainda que, não podíamos manifestar a nossa opinião, fosse no que fosses, desde que essa opinião não estivesse conforme os ditames do governo/estado.

O estado encarregava-se de ter controladores/bufos que denunciavam quem “mijasse” fora do penico. 

Hoje, todos nós somos controladores/bufos, não sei se do governo se do quê, mas que somos isso somos.

Para além da muita polémica gerada da eleição do “trans” como miss Portugal, o que me preocupa e provoca alguma indigestão não são os trans ou o quer que seja, é o facto de quererem obrigar-me a pensar e a ter o máximo cuidado com o que digo ou escrevo, especialmente se isso for contra a “suposta” maioria de hoje em dia.

Não! recuso-me a ter que seguir a cartilha, se essa cartilha não estiver de acordo com o que penso e sinto.

No dia vinte e seis de outubro o José Alberto Carvalho e o Miguel Sousa Tavares, jornalista e comentador da TVI, manifestaram uma opinião sobre esta eleição, perguntando-se mutuamente se algum deles casaria com o “trans”, tendo ambos dito que não.

Esta manifestação de opinião foi a pólvora que incendiou as redes sociais e os fulminou, como se eles não tivessem direito a pensar e manifestarem esse pensamento, mesmo que essa opinião vá de encontro à opinião da “suposta” maioria.

Nesta matéria penso igual a eles.

Numa época em que tanto se critica e criminaliza o “bullying”, comportamento violento e intimidatório que se exerce de maneira verbal, física ou psicológica, o que é que a suposta maioria fez em relação às opiniões manifestadas.

Na minha modesta opinião, “Bullying Social”, concordam ou estarei errado?

O facto de existir uma suposta maioria que condiciona, ou quer condicionar os nossos pensamentos, comportamentos, opiniões, acções e omissões, não significa que tenham a maioria de razão. Direi mesmo que na maioria estarão errados.

Foi confrangedor ver ontem, o José Alberto Carvalho pedir desculpa, por ter direito a ter opinião.

Ensinaram-me a pedir desculpa, sempre que, sem intenção, ofendamos ou magoemos de algum modo outrem ou estejamos errados.

Não tenho nenhum problema em pedir desculpa dentro destas premissas, mas recuso-me a pedir desculpa, se não reconheço que estou enganado, ou que de algum modo magoei alguém.

Certo que, a verdade, a maioria das vezes magoa. Mas então, a solução é mentir? Omitir, esconder, olhar para o lado?

O José Alberto Carvalho pediu desculpa por algo que verdadeiramente não sente, não sentiu ter ofendido alguém, não sentiu ter magoado alguém, apenas o fez porque a isso foi obrigado.

Quando um jornalista é obrigado, nestas condições, a pedir desculpa, mal vai a coisa…

Tenho a certeza que há uma maioria maior, e, passo o pleonasmo, que a “suposta maioria”, que pensa como eu, como o José Alberto Carvalho o Miguel Sousa Tavares e outros, mas que, para parecer bem, preferem esconder os seus valores, princípios, ensinamentos e opiniões, deixando instalar novos valores e princípios que, ao contrário do que propagandeiam destruirão a humanidade.

Na próxima quinta-feira, dia dois de novembro cabe a vez ao Miguel Sousa Tavares, estou curioso de ver o que vai dizer.   

Cabe a cada um de nós, começar a lutar por este BULLYING SOCIAL/LEGAL em que todos temos de pensar e agir do mesmo modo. Este comportamento faz-me lembrar um filme, que vi há muitos anos, cujo nome não me lembro, onde todos eram autómatos, só obedeciam a um ser. Felizmente que, mesmo nos autómatos, houve um “mal programado” que desobedeceu eliminando o SER CRIADOR, esse sim mal programado.

Confio que de entre todos nós, apareça um autómato desprogramado.  

Recuso-me a ser AUTÓMATO enquanto tiver capacidade para pensar.

 

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Que fique claro...

 

 

A guerra é isto mesmo, a prática do terror!

Às vezes apetece-me escrever sobre o assunto, outras vezes hesito. Hoje decidi-me a escrever, dar um pouco do meu pensar e do meu sentir. Não é que isso seja importante para os outros, os que eventualmente, possam perder tempo em ler-me, mas é importante para mim, uma maneira de parar o tempo e reflectir um pouco.

Não sou historiador, nem me aproximo, por isso a minha hesitação e medo em manifestar a minha opinião sobre o que nos assalta desde há precisamente uma semana, A GUERRA Hamas/Israel.

Tenho dúvidas se não será mais uma vez Israel/Palestina ou Palestina/Israel.

Claro que é mais fácil e aceitável, de momento, dizer-se Hamas/Israel, pelos motivos que todos sabemos.

Não vou fazer uma cronologia histórica, por total analfabetismo sobre o assunto, mas também, porque não é esse o cerne do meu pensar, do que é Israel e o que é a Palestina, menos ainda, o que é o Hamas, Fatah, Jihad Islâmica, Hezbollah, Irmandade Muçulmana, e outras.

O que sei, é que há dois povos, com crenças religiosas, com culturas, com quereres, com sentires diferentes, que ocupam o mesmo território.

O que sei, é que há um povo que desde sempre habitou, ocupou, palestinianos, ininterruptamente, esse mesmo território.

O que sei, é que há um povo “universal”, se quisermos “apátrida”, se quisermos ainda, prometido, judeus, a ocupar um território que “já fora seu”?  

O que sei, é que “os donos disto tudo”, USA, França, Alemanha, Reino Unido, no século vinte, depois de terminada a segunda guerra mundial, deram a um deste povos, judeus, um território que já estava ocupado pelo outro, palestinianos, por não saberem o que lhes fazerem, e como “recompensa” pelas atrocidades e quase genocídio que lhes impuseram.

O que sei, é que este povo ocupante, judeus, com o beneplácito dos donos disto tudo, e de todos nós, que não sendo donos de nada, também autorizámos, através do nosso silêncio, ou da nossa concordância por omissão, foi, aos “poucos e poucos”, e não foi assim tão pouco, ocupando cada vez mais o território dos que já o ocupavam, encostando-os ao mar numa estreita faixa.   

O que sei, é que este povo “ocupante”, judeus, ou se preferirem Israelitas, instalaram colonatos, qual guarda avançada, expulsando ou restringido a área dos ocupados, palestinianos.

Todo o povo tem o DIREITO a insurgir-se, seja como for, à invasão de outros. É o que está acontecendo também com a invasão da Rússia sobre a Ucrânia.

Reconheçamos, que embora todo o povo tenha o direito a insurgir-se nem todos têm a capacidade e a coragem de se organizarem.

Desta capacidade e desta coragem, surgem então os tais grupos que a maioria, ou os donos disto tudo, ou os que não temos a coragem de nos distanciarmos, por medo ou vergonha de pensar diferente, designam de TERRORISTAS.

Não querendo entrar em grandes definições, o próprio nome diz tudo, terrorista é todo aquele que pratica e enaltece o terror. Então, estes grupos, são certamente terroristas, porque praticam e enaltecem o terror especialmente nos inocentes.

No outro lado temos o Estado de Israel.

Este Estado é ou não TERRORISTA?

O que é que ele está a fazer com a população civil palestiniana na faixa de Gaza, Não está a praticar terror?

Não está a expulsá-los uma vez mais do seu território?

Não está novamente a aniquilá-los? Quer seja à bomba, quer seja à fome, quer seja à sede?

Não sejamos ingénuos, nem complacente, só não o admitimos, porque não é exercido, felizmente, sobre nós, portugueses.

Indo um pouco à nossa história recente, como ocupantes dum território que não era nosso, como designávamos os povos ocupados. TERRORISTAS, ou simplificando “TURRAS”.

Eram “TURRAS” porquê? Porque nos infligiam terror? Talvez, um pouco, porque muitos de nós, fomos morrer lá. Mas, eram TURRAS simplesmente porque defendiam, com as capacidades e as ajudas que tinham as suas gentes e sobretudo a sua TERRA.

Os “donos disto tudo” o que fizeram por esta altura?

Apoiavam, com instrução, armamento e com tudo o que levasse a que estes TURRAS ganhassem a guerra.

E ganharam!

Porque se indignam agora que “outros donos disto tudo” Irão, Libano, Arabia Saudita, Egipto, etc. apoiem com a mesma instrução, armamento e com tudo, estes “TERRORISTA”?

O que é que a Rússia faz na Ucrânia? Não provoca o terror na população civil da Ucrânia?

A Ucrânia ao querer armas com maior alcance não quer provocar o terror na população Russa?

Muitas perguntas e muitas respostas haverá para fazer.

A guerra é isto mesmo, a prática do terror!

Lamentavelmente muitos inocente morreram e muitos mais vão continuar a morrer.

Não, não sou partidário do terrorismo.

Infelizmente, tenho de reconhecer que, se quisermos lutar pelos nossos direitos, e alcança-los, nestas circunstâncias, temos de praticar o terror.

É o que todos os países ditos civilizados fazem, TERROR!

É o que os órgãos de comunicação propagandeiam, TERROR!

Enquanto houver pessoas dispostas a matar e a morrerem em nome de Deus, que é um ser de PAZ e não de GUERRA, os TERRORISTAS permanecerão.

Oxalá que se passe a praticar o “terror” da PAZ, para bem da humanidade.