Passadas mais de 24
horas da sessão solene, na Assembleia da República, da comemoração do 25 de
abril de 1974 e não, no meu modesto entender, da comemoração da liberdade, isto
da “liberdade” e da data da sua
instauração, são outros quinhentos, ao que ía, já que todos nós estávamos e
continuamos confinados nas nossas residências. Bem sei, ao que se deve o
confinamento, mas ainda assim, não deixa de ser ausência de liberdade.
Talvez não tenha nada a
ver, talvez seja apenas uma simples coincidência, mas, não posso deixar de
notar que, de um número de 130 pessoas que estariam presentes na comemoração “apenas”
tenham estado na mesma cerca de 70. Sensivelmente metade do previsto. A que se
deveu esta “significativa” redução?
Por mais que o Sr Presidente da
Assembleia da República – Ferro Rodrigues, diga que se está “cagando para o
segredo de justiça”, ou que “O facto de
haver abaixo assinados — ou como é que se chama — petições na internet com
milhões de assinaturas, a mim não me diz nada”, estou em crer, que, até pode,
que a ele, não lhe diga nada, o povo que é sábio já dizia e diz, "Vozes de burro não chegam ao Céu" mas deve ter dito a “muito boa gente”, outros burros, e daí a redução significativa do número de
pessoas presentes.
Sendo o
cravo o símbolo da liberdade, não seria de esperar, que nestas comemorações da
liberdade, todos, sem excepção, fizessem uso do cravo na lapela? Porque é que
alguns, Presidente da República incluído, que invocam a liberdade não fazem uso
deste símbolo da liberdade? Será que não
gostam do cravo ou será alergia ao cheiro?
Alergia
ao cheiro não será, porque se assim fosse, fartar-se-iam de espirrar e tossir,
o que na ausência de máscaras, mas não de mascarados, até seria engraçado ver
os restantes “cravos” a fugir dali p’ra
fora. Então se não é alergia ao cheiro, será certamente, alergia à cor, sendo
alergia à cor, será alergia à liberdade?
Pergunto, e perguntar não ofende.
Ao que se
viu e se ouviu na comunicação social e redes sociais a “montanha pariu um rato” a
comemoração do dia da “liberdade” restringiu-se à sessão solene na assembleia
da república e em algumas assembleias municipais com os mesmos de sempre. Ah
não, desculpem, os demais “cravos”, cantaram às janelas do confinamento, às
15h00, esqueci-me de abrir a janela, Tu abriste? o “hino da liberdade” - Grândola Vila
Morena.
Arrepia-me
sempre que oiço este belíssimo hino, sem hipocrisia nem sarcasmo, arrepia-me
mesmo e adoro esta e outras músicas/poemas semelhantes. Que bom seria, que o
povo ordenasse, dentro de Portugal
inteiro, e não apenas dentro de ti ó cidade.