quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Pôs-se a jeito


Parece que ultimamente, bom não será tão ultimamente, mas de sempre…que o executivo camarário de Portalegre e mais concretamente a sua presidente se têm “posto a jeito” e vai daí é desancar nela…

A polémica mais recente é, ao que é dito, e comentado por estas páginas sociais e confirmado pelo próprio alvo da polémica, o facto da Sra presidente do executivo camarário, ter posto na rua um munícipe, aquando da sua interpelação, na reunião da câmara no dia 9 de dezembro e no tempo destinado aos munícipes.

Parece que a Sra presidente não gostou da interpelação e vai daí, chama de mentiroso o interpelante, pondo-o na rua, ou será que o convidou a sair? é que fará toda a diferença, digo eu, bom o certo é que o interpelante acatou a ordem ou aceitou o convite e saiu.

Esta história faz-me lembrar outras por mim vividas, quando a capacidade de argumentação do contraditório, ou a certeza da resposta, não é apanágio de certas mentes, o melhor mesmo, é mandar ou convidar, a calar e a sair. Já o rei dizia “por qué no te calhas?

Quero deixar claro que não concordo e censuro a atitude tida pela Sra presidente da câmara de Portalegre. Quero acreditar, e atrevo-me a afirmar que, tal atitude, não se deve de todo, a falta de educação e cultura democrática, mas sim a cansaço, por ser desancada a torto e a direito que o mesmo é dizer, por todos os que, quando lhes interessa e são atendidos nas suas solicitações, omitem e nada dizem, quando não são atendidos toca a desancar…coitada da Senhora nem sei como consegue andar e penso que já nem de muletas lá vai...

Ao que parece também, alguns membros do executivo que estiveram presentes, quer por direito próprio quer em representação de outros, insurgiram-se nas redes sociais do comportamento da Sra presidente. A minha pergunta é se na reunião disseram alguma coisa sobre este facto ou tomaram alguma atitude?

Após a notícia saída nas redes sociais, os comentadores do costume, nos quais me incluo, vão de tecer as suas opiniões, o que é legítimo, naturalmente.

Em alguma dessas opiniões, os opinantes, misturam a pessoa com os cargos que os alvos dos comentários desempenharam ou desempenham. Recuso-me terminantemente a misturar.

Se é certo que o interpelante na reunião da câmara é coronel da GNR, mesmo na reforma continua a sê-lo, foi comandante do Centro de Formação de Praças da GNR, o certo é que a sua interpelação à Sra presidente não foi enquanto coronel nem tão pouco enquanto comandante, mas sim enquanto dirigente associativo e cidadão.

Não concordo em nada que se façam deduções que envolvam a GNR.

Ao ler essa publicação, fico com o “sabor” que a justeza das interpelações tem a ver com a condição social, económica e corporativista e que se o interpelante tivesse sido um munícipe desconhecido e mandado sair ou convidado a sair não teria havido caso.

Para mim, o respeito é devido à pessoa enquanto cidadão, independentemente da sua condição social e económica.

Enquanto não conseguirmos ver o outro como pessoa, dificilmente conseguiremos mudar esta sociedade.   

Com estas opiniões e comentários todos nos “pomos a jeito”. 

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