Ontem, dia quatro de
dezembro, foi-nos dado a conhecer que a autarquia de Portalegre adjudicou à
empresa “VIAEXTRA – Engenharia e Construções, Lda” a demolição do “monumento”
de homenagem aos dadores de sangue.
Sobre o valor da
empreitada nem me vou referir, certamente será o ajustado!!!??? E devem ter
sido consultadas mais empresas.
Pelos vistos, agora é
fácil chegar à conclusão que o monumento retira a visibilidade na circulação
rodoviária. Ainda que sendo verdade, tal “invisibilidade”, do que me tenho
apercebido, não tem provocado tantos acidentes quanto o do cruzamento de acesso
à IP2, uns metros mais abaixo.
Se a memória não me
engana, penso recordar-me que, há uns meses atrás e aqui sim, a memória falha,
não me lembro com exactidão há quanto tempo e também não vou pesquisar porque
não é disso que quero falar, mas referir agora e de passagem, porque me
ocorreu, aquando de um acidente, penso que o último, com morte, a Sra
Presidente da autarquia, Adelaide Teixeira, ter dito que a competência de alteração
ao traçado rodoviário não é da da autarquia mas, do Instituto de
Estradas de Portugal, ao qual já tinha solicitado por várias vezes a alteração
ao traçado, responsabilizando-se que,
se o Instituto não procedesse a essa alteração, no imediato, a própria Câmara
assumiria tal encargo. “Promeeessas”!
Como estamos no Alentejo
e “ainda por cima” em Portalegre onde “pareeece”
que tudo é “leeeeento” ainda continuamos
à espera que, mais uma pessoa ali morra,
para se proceder a tal alteração. No meu entender bem mais necessária que a
demolição a que se propõem.
Mas, retomando a
estrada que quero me leve ao meu destino, continuo.
Penso saber, que toda a
construção carece da autorização da Câmara, ainda por cima, sendo esta em
espaço público. De tantos “engenheiros”
que por aqui cirandam à data da apresentação do projecto, parece, nenhum ter
reparado na volumetria da construção. Os “expert’s” só depois de ela concluída,
perceberam que era “colossal” demais.
Nas vistorias que devem ter feito, também não perceberam, os sinais que dava,
da sua deficiente construção.
Porque finalmente
chegaram a essa conclusão, deficiente construção, para mim o mal maior, que não
abona em nada, uma das entradas na
cidade.
Eu pessoalmente, gosto
do monumento, representa aquilo que quer homenagear os DADORES DE SANGUE.
O que temos no
monumento?
Um
coração GIGANTE.
Há algum coração mais
GIGANTE que o coração dos dadores de sangue? De certeza que não.
Teríamos água a sair
daquele coração gigante que, se bem construído e a funcionar em pleno, na minha
interpretação, seria o sangue de todos os que altruisticamente doam o seu
sangue.
Sangue
é vida =
Água
é vida
Sinceramente, não estou
preocupado com a sua volumetria, mas sim com a sua degradação.
Como condutor, cumpro
as regras de trânsito e tomo as medidas de precaução devidas para que nada de “anormal”
possa ocorrer. Se todos tivermos esses cuidados não é a sua volumetria,
invisibilidade, que causa transtornos, mas
sim a falta de cumprimento das regras de trânsito e a incivilidade.
Por mim, o monumento
devia ser recuperado e posto a funcionar.
Agora o “pau da bandeira”
Não sei, nem quero
saber, de quem foi a ideia ESTAPAFÚRDIA
de colocar o “pau da bandeira” para aí ser colocada a bandeira que foi
utilizada no 10 de junho de 2019, em substituição do monumento existente.
Porquê a minha
indignação? Sim estou indignado!
Vou esclarecer:
De acordo com as
Constituição da República Portuguesa são símbolos nacionais:
A
Bandeira nacional;
O
Hino Nacional
O
Presidente da República.
Sou pré 25 de abril de 1974, ao invocar o pré, não é saudosismo, é RESPEITO
pelo que aprendi, coisa que, parece alguns prés, não aprenderam ou já
esqueceram e a maioria dos pós, infelizmente,
não sabem o que isso é. Culpa nossa que não lhe soubemos transmitir.
Como símbolos nacionais
que são, a bandeira, o hino e o presidente da república merecem todo o nosso
respeito, aliás somos obrigados a respeitar.
Pois bem, não me parece
que estejamos a respeitar um dos símbolos, neste caso a bandeira nacional, se a
colocarmos no meio do nada.
Sem pretender dar
lições de história, mas apenas recordar, que muitos morreram na defesa e na guarda deste símbolo maior que nos
representa a todos.
Muitos, e eriçam-se-me
os pelos, só de escrever isto, nem a sua sombra
pisam.
Como é possível alguém
ousar pensar e ainda por cima concretizar “viltrampear”,
termo inventado agora, a bandeira
nacional expondo-a sem nenhum respeito.
Para que se saiba e de
acordo com o regulamento de continência e honras militares, decreto lei 331/80
de 28 de agosto,
Art. 10.º
- 1 - A Bandeira, o Estandarte e o Hino Nacionais, como símbolos da Pátria,
estão acima de toda a hierarquia militar. Todos os militares têm, portanto, a
obrigação de lhes fazer a continência, quando uniformizados, e de se
descobrirem e perfilarem, quando em trajo civil, nas circunstâncias previstas
nos artigos 52.º e 56.º
A
exposição pública da bandeira, quando hasteada, obriga a determinados
formalismos de “respeito”, deve ser içada às 8 horas e arriada à hora legal do pôr
do sol. Não deve permanecer hasteada durante a noite e se tal vier a acontecer,
deve ser arriada e içada conforme regulamento. Sempre que a Bandeira esteja
içada, deverá ser iluminada por um
projector ou por dois faróis de luz branca.
Será que
quem teve, repito, esta ideia estapafúrdia, pensou em tudo isto? A bandeira
nacional não é apenas um pedaço de pano,
eventualmente mandado fazer na China, é muito mais do que isso, somo nós. E eu exijo respeito.
Ainda
mais, se ao que parece, vai ser colocada a bandeira que assinalou a comemoração
do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas a 10 de junho de
2019 na cidade de Portalegre, para enaltecer essa comemoração na cidade,
considero uma infeliz escolha.
Porquanto:
- o(a) idiota
estapafúrdio(a) pensou que a bandeira se vai deteriorar por força do vento, da
chuva, do sol?
Ah! Existem
mais bandeira que a podem substituir, pois mas já não será a mesma.
Se querem
tanto preservar essa memória, para fazer história, não seria melhor ideia
emoldurar essa bandeira e vir afazer parte de um qualquer museu?
Pensem
nisto… ainda vão a tempo…
Ao que
parece, querem substituir os “dadores de Sangue”, pelos “comemoradores” do 10 de junho de 2019 na cidade de Portalegre,
então sugiro:
E que tal
duas estátuas, da actual presidente de Câmara e do João Miguel Tavares, assim perpetuariam
os que tudo prometeram e nada fizeram e os portalegrenses ausentes…
Depois não venham dizer que não dei boas ideias e não avisei da “estapafúrdice” de certas ideias.
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