sábado, 5 de dezembro de 2020

"Estapafúrdice"

 

Ontem, dia quatro de dezembro, foi-nos dado a conhecer que a autarquia de Portalegre adjudicou à empresa “VIAEXTRA – Engenharia e Construções, Lda” a demolição do “monumento” de homenagem aos dadores de sangue.

Sobre o valor da empreitada nem me vou referir, certamente será o ajustado!!!??? E devem ter sido consultadas mais empresas.

Pelos vistos, agora é fácil chegar à conclusão que o monumento retira a visibilidade na circulação rodoviária. Ainda que sendo verdade, tal “invisibilidade”, do que me tenho apercebido, não tem provocado tantos acidentes quanto o do cruzamento de acesso à IP2, uns metros mais abaixo.

Se a memória não me engana, penso recordar-me que, há uns meses atrás e aqui sim, a memória falha, não me lembro com exactidão há quanto tempo e também não vou pesquisar porque não é disso que quero falar, mas referir agora e de passagem, porque me ocorreu, aquando de um acidente, penso que o último, com morte, a Sra Presidente da autarquia, Adelaide Teixeira, ter dito que a competência de alteração ao traçado rodoviário não é da da autarquia mas, do Instituto de Estradas de Portugal, ao qual já tinha solicitado por várias vezes a alteração ao traçado, responsabilizando-se que, se o Instituto não procedesse a essa alteração, no imediato, a própria Câmara assumiria tal encargo. “Promeeessas”!

Como estamos no Alentejo e “ainda por cima” em Portalegre onde “pareeece” que tudo é “leeeeento” ainda continuamos à espera que, mais uma pessoa ali morra, para se proceder a tal alteração. No meu entender bem mais necessária que a demolição a que se propõem.

Mas, retomando a estrada que quero me leve ao meu destino, continuo.

Penso saber, que toda a construção carece da autorização da Câmara, ainda por cima, sendo esta em espaço público. De tantos “engenheiros” que por aqui cirandam à data da apresentação do projecto, parece, nenhum ter reparado na volumetria da construção. Os “expert’s” só depois de ela concluída, perceberam que era “colossal” demais. Nas vistorias que devem ter feito, também não perceberam, os sinais que dava, da sua deficiente construção.

Porque finalmente chegaram a essa conclusão, deficiente construção, para mim o mal maior, que não abona em nada, uma das entradas na cidade.

Eu pessoalmente, gosto do monumento, representa aquilo que quer homenagear os DADORES DE SANGUE.

O que temos no monumento?

Um coração GIGANTE.

Há algum coração mais GIGANTE que o coração dos dadores de sangue? De certeza que não.

Teríamos água a sair daquele coração gigante que, se bem construído e a funcionar em pleno, na minha interpretação, seria o sangue de todos os que altruisticamente doam o seu sangue.

Sangue é vida =

Água é vida

Sinceramente, não estou preocupado com a sua volumetria, mas sim com a sua degradação.

Como condutor, cumpro as regras de trânsito e tomo as medidas de precaução devidas para que nada de “anormal” possa ocorrer. Se todos tivermos esses cuidados não é a sua volumetria, invisibilidade, que causa transtornos, mas sim a falta de cumprimento das regras de trânsito e a incivilidade.  

Por mim, o monumento devia ser recuperado e posto a funcionar.

Agora o “pau da bandeira”

Não sei, nem quero saber, de quem foi a ideia ESTAPAFÚRDIA de colocar o “pau da bandeira” para aí ser colocada a bandeira que foi utilizada no 10 de junho de 2019, em substituição do monumento  existente.

Porquê a minha indignação? Sim estou indignado!

Vou esclarecer:

De acordo com as Constituição da República Portuguesa são símbolos nacionais:

A Bandeira nacional;

O Hino Nacional

O Presidente da República.

Sou pré 25 de abril de 1974, ao invocar o pré, não é saudosismo, é RESPEITO pelo que aprendi, coisa que, parece alguns prés, não aprenderam ou já esqueceram e a maioria dos pós, infelizmente, não sabem o que isso é. Culpa nossa que não lhe soubemos transmitir.

Como símbolos nacionais que são, a bandeira, o hino e o presidente da república merecem todo o nosso respeito, aliás somos obrigados a respeitar.

Pois bem, não me parece que estejamos a respeitar um dos símbolos, neste caso a bandeira nacional, se a colocarmos no meio do nada.

Sem pretender dar lições de história, mas apenas recordar, que muitos morreram na defesa e na guarda deste símbolo maior que nos representa a todos.

Muitos, e eriçam-se-me os pelos, só de escrever isto, nem a sua sombra pisam.

Como é possível alguém ousar pensar e ainda por cima concretizar “viltrampear”, termo inventado agora,  a bandeira nacional expondo-a sem nenhum respeito.

Para que se saiba e de acordo com o regulamento de continência e honras militares, decreto lei 331/80 de 28 de agosto,

Art. 10.º - 1 - A Bandeira, o Estandarte e o Hino Nacionais, como símbolos da Pátria, estão acima de toda a hierarquia militar. Todos os militares têm, portanto, a obrigação de lhes fazer a continência, quando uniformizados, e de se descobrirem e perfilarem, quando em trajo civil, nas circunstâncias previstas nos artigos 52.º e 56.º

A exposição pública da bandeira, quando hasteada, obriga a determinados formalismos de “respeito”, deve ser içada às 8 horas e arriada à hora legal do pôr do sol. Não deve permanecer hasteada durante a noite e se tal vier a acontecer, deve ser arriada e içada conforme regulamento. Sempre que a Bandeira esteja içada, deverá ser iluminada por um projector ou por dois faróis de luz branca.

Será que quem teve, repito, esta ideia estapafúrdia, pensou em tudo isto? A bandeira nacional não é apenas um pedaço de pano, eventualmente mandado fazer na China, é muito mais do que isso, somo nós. E eu exijo respeito.

Ainda mais, se ao que parece, vai ser colocada a bandeira que assinalou a comemoração do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas a 10 de junho de 2019 na cidade de Portalegre, para enaltecer essa comemoração na cidade, considero uma infeliz escolha.

Porquanto:

- o(a) idiota estapafúrdio(a) pensou que a bandeira se vai deteriorar por força do vento, da chuva, do sol?

Ah! Existem mais bandeira que a podem substituir, pois mas já não será a mesma.

Se querem tanto preservar essa memória, para fazer história, não seria melhor ideia emoldurar essa bandeira e vir afazer parte de um qualquer museu?

Pensem nisto… ainda vão a tempo…

Ao que parece, querem substituir os “dadores de Sangue”, pelos “comemoradores” do 10 de junho de 2019 na cidade de Portalegre, então sugiro:

E que tal duas estátuas, da actual presidente de Câmara e do João Miguel Tavares, assim perpetuariam os que tudo prometeram e nada fizeram e os portalegrenses ausentes…

Depois não venham dizer que não dei boas ideias e não avisei da “estapafúrdice” de certas ideias.

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