domingo, 31 de janeiro de 2021

Quem parte e reparte...

“Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é burro ou não tem arte”.

Sendo o povo sábio, porque se comporta como burro? teimoso em não ver ou não querer ver.

Os meios de comunicação social, atiram-nos diariamente pelos olhos e ouvidos adentro, as falcatruas e faltas de carácter dos que nos (des)governam.

Sou do tempo em que fui ensinado que, o crime não compensa. Isso fazia-nos acreditar, que mais tarde ou mais cedo seríamos apanhados e punidos.

Tenho de admitir que fui mal ensinado, pai, mãe, família, professores, amigos, vizinhos, ensinaram-me mal, deviam pedir-me desculpa. Infelizmente muitos de vós, a maioria, já não poderão fazê-lo, por já terem partido para um lugar, onde, ainda quero acreditar isso seja possível.

Todos vós já não poderão pedir-me desculpa, mas eu, ainda vou a tempo de pedir desculpa e perdão aos meus filhos, por também os ter enganado e tê-los feito acreditar na justeza dos homens e que o crime não compensa. Filhos, compensa sim.

Foram estabelecidos critérios para a vacinação do covid 19, poderemos não estar todos de acordo, mas sendo estes os estabelecidos, eram para ser respeitados por quem tem em primeira linha obrigação de cumprir. Pois são estes mesmos os primeiros a prevaricar e a escolher para si a vantagem, os outros que se f….

Quando pretendemos desejar algum mal a alguém e com medo de que esse mesmo mal nos caia em cima, dizemos: - “que Deus me perdoe”.

Eu não vou pedir o perdão de Deus e vou mesmo desejar, com toda a minha convicção e força mental que, todos os que furaram as regras repartindo para si o melhor ou primeiro quinhão, que o mesmo é dizer tomaram a vacina antes do que deviam sejam os primeiros a morrer, não tenho medo das palavras, morram imbecis, não fazem cá falta nenhuma, são só mais um número a aumentar aos infortunados que já partiram e esses sim, sem culpa nenhuma.

Já que não posso fazer justiça de outra forma que a força do meu pensamento e desejo se concretize.

É triste ter que reconhecer que o crime compensa de tal modo que não bastou terem levado a primeira dose por intermédio de falcatrua estejam já preparados para levarem a segunda.

Se não morreram na primeira toma que morram na segunda.

Talvez esta seja a forma de aprendermos a respeitar o outro.

O quanto eu gostava de vir a saber que, nem que fosse apenas um, dos que tomaram a vacina “indevidamente” tivesse morrido.

Passava a acreditar em Deus novamente.

 

domingo, 17 de janeiro de 2021

A Minha primeira vez ( parte II)


(continuação do "blog" anterior) 

Sempre fui tímido e introvertido, mas, ao mesmo tempo, com muita vontade de me desafiar e experimentar o “desconhecido”.

Nunca me considerei um aluno cábula, porque nunca o tinha sido até então, por medo, mas sentia uma vontade “ENNOORMME” de experimentar.

Por esta altura, 1971, havia um “expert” na matéria, ou pelo menos eu assim o considerava. Não havia teste em que o meu amigo António Pinto não “cabulasse”, desculpa Pinto a confissão, mas prometi contar. Normalmente o Pinto ficava na ala à minha direita e mais ou menos ao meu lado, embora com distância. Assim que os professores distribuíam os enunciados dos testes, era vê-lo a puxar da(s) cábula(s) e pô-las em cima da mesa. Eu tremia cada vez que via aquilo. Ele impávido e sereno. Copiava o que tinha a copiar, não era o único, mas é dele que eu me lembro porque foi ele o “culpado” da minha primeira vez.

Quando terminavam os teste e já fora da sala, perguntava-lhe como é que ele tinha coragem de puxar pela cábulas e coloca-las em cima da mesa. Ele, como ainda hoje é, calmo, sereno e bem disposto, dizia-me: - Isidro, ao contrário do que os professores dizem, nós podemos copiar, eles é que não podem ver. Assim de simples.

Tantas vezes vi aquela destreza que, um dia decidi experimentar também a “ minha primeira vez”.

Também eu fiz uma cábula, não foi a primeira, mas foi a primeira que utilizei.

Uma pequena folha de bloco do tamanho da palma da minha mão, escrita a lápis, com letra muito pequenina, como deve ser uma boa cábula, para caber o máximo possível. Matéria: lei de Ohm, Lavoisier e outras que na altura se estudavam. Sabíamos que estas leis viriam no teste, propositadamente não as “encornei”, termo por nós utilizado e penso que ainda em utilização pelos estudantes de hoje. Queria ter a coragem de me inaugurar na “minha primeira vez” e sabia que esta seria a única maneira, tinha consciência que se não conseguisse era “nega” no teste.

A sala do “teste” para além da descrição feita anteriormente, tinha um enorme estrado junto do quadro onde se situava a secretária do(a) professor(a). Dessa secretária era visível toda a movimentação da sala por mais imperceptível que parecesse ser.

A professora Elvira Barroso, como sempre, percorreu a sala distribuindo os enunciados do teste. Logo que recebi o meu, estando ela de costa para mim, e na distribuição do enunciado seguinte, enchi-me de coragem, meti a mão no bolso do casaco e tirei a cábula. Ela continuou na distribuição dos restantes. Logo que terminou a distribuição, como era seu hábito, sentou-se à sua secretária a corrigir os testes da turma anterior. Normalmente os testes eram os mesmos, porque eram feitos a seguir umas turmas às outras, sem qualquer hipótese de conversarmos antes sobre o que vinha no teste.

À minha frente estava um colega que vestia capote, braços abertos a escrever, o que significava, encobrir-me de alguma forma, da visibilidade da professora.

Fiz o que sabia fazer, os problemas especialmente, tendo deixado para o fim as definições, o mesmo é dizer as “leis”.

Com a cabeça inclinada sobre o teste, olhei de soslaio, para aferir a posição da professora. Continuava sentada à secretária a corrigir testes.

A cábula que já estava na mão desde o início, coloquei-a no tampo da mesa, junto ao teste e do lado esquerdo. Copiei todas as definições. Estava tão “seguro de mim” que até me esqueci da professora, quando de repente, me apercebi que ela estava a caminhar em direcção a mim.

O medo foi tanto que o “climax” foi atingido. Não, não aconteceu o que estão a pensar, mas podia ter acontecido…

Assim que me apercebi que a professora estava a um passo de mim, coloquei a mão em cima do papel e fechei-a. O papel cantou: - rahahrahh!

Pensei, já foste apanhado, com o barulho que o papel fez. Atingi o “climax” as minhas pernas tremiam, que nem varas verdes. Os pés estavam assentes nas travessas da mesa, não chegavam ao chão, olhei para os meus joelhos e só os via subir e descer, a minha mão direita tremia visivelmente. Concentrei-me, implorando calma a mim mesmo. Deixei de escrever, fingindo que estava a ler o que acabara de escrever, finquei o bico da caneta na folha do teste, com toda a minha força a fim de parar de tremer, fiz mesmo um buraco na folha de teste. Finquei os pés na trave da mesa quase pondo-me de pé para que os joelhos parassem de subir e descer. Não conseguia parar de tremer. Como já tinha terminado o teste, decidi entregá-lo de imediato e sair da sala. Felizmente não fui “apanhado”, a professora não percebeu nada, não percebeu mesmo, porque se tivesse visto o mais leve indício de copianço, imediatamente me tinha retirado o teste, anulando-o e mandando-me sair da sala. Já tinha assistido a expulsões em outros testes.

Não se brincava com a professora Elvira Barroso nem com qualquer dos outros.

E pronto esta foi a “minha primeira vez”, estavam à espera que vos contasse o quê?
Aguardo a vossa primeira vez

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

A Minha Primeira vez (parte I)

 

Depois de muito reflectir, porque não é um tema fácil, decidi contar “A minha primeira vez”.

Há uma primeira vez para tudo, inclusive para falar sobre essa primeira vez…

Porque envolve outras pessoas, ainda hesito, mas vou contar, com nomes e lugares. Espero que os “protagonistas” não me levem a mal.

Estamos no século passado, ano de 1971, cidade de Elvas, tenho treze anos, frequento o liceu de Elvas.

O liceu de Elvas funcionou, no andar superior do museu e biblioteca municipal, sito no largo do colégio, salvo o erro até 1976/77, ano em que foi extinto, passando os alunos a frequentarem a recém baptizada Escola Secundária de Elvas até então baptizada como Escola Industrial e Comercial de Elvas.

Neste tempo, as turmas eram sectárias, masculinas ou femininas, embora já houvesse uma turma mista. Pertencia à turma B que era masculina. A A era feminina e a C mista.

“A minha primeira vez” acontece em plena sala de aula, melhor dito, num teste de físico-quimica. – Anhanhh! Verdade, eu conto.

Cada turma, tinha a sua sala própria, onde eram ministradas todas as disciplinas, com excepção da disciplina de desenho e elaboração de testes.

Na sala de desenho, as mesas eram individuais, na boa verdade eram estiradores de desenho. Estas mesas como sabemos são altas, para se poder desenhar de pé, eram acompanhadas por cadeiras também altas. Apesar de estarmos antes do vinte e cinco de abril de 1974, cada um de nós já tinha a “liberdade” de escolher o local, mesa onde queria ficar. Os professores normalmente aceitavam estas escolhas havendo um ou outro que, de vez-em-quando trocava tudo.

Escolhia sempre o mesmo local, sensivelmente a meio da sala, mas mais próximo do quadro. Era sempre a ala encostada à parede do lado esquerdo, com janelas que davam para o largo do cine-teatro “S. Mateus”.

É inverno, uma sala enorme e fria, mas cheia de calor humano, seriamos aí uns trinta ou talvez um pouco mais, já não me lembro com exactidão, a designada sala de desenho.

Já imaginaram, a primeira vez dar-se num teste de físico-quimica? Trinta e tal alunos e a professora Elvira Barroso. Verdade, a minha primeira vez foi com a professora Elvira Barroso e a “culpa” foi do meu amigo António Pinto, sim foste mesmo tu, António Pinto, o culpado de tudo isto, já não te lembras? Pois eu não me esqueci.

(o resto segue no próximo “blog”)


quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

A falta de tomates

 

Às 00h00 de hoje dia 15/01/2021 entramos em confinamento.

Mas o que é o confinamento?

O dicionário esclarece-nos:

Acção de prender, de cerrar ou isolar; isolamento: Confinamento de gado.

Estado ou condição do que ou de quem se encontra preso, cercado e impossibilitado de sair: bois criados em confinamento.

Processo de criação de animais que consiste em cercá-los por construções fechadas, sem acesso ao exterior.

Condição da pessoa que opta por se afastar do convívio social, permanecendo sem contacto com o mundo exterior; clausura: freiras em confinamento.

Esclarecido?

Eu não.

Não admira que esta gente que nos (des)governa nos “obrigue” a “confinar”, para eles e elas não passamos de “gado”.

Até quando estamos dispostos a aceitar este tratamento?

Faltam-nos “tomates”, como os dos bois, para dizer basta.

Mas que dizer, da falta de tomates dos (des)governantes, para assumirem que o que decretaram não é nenhum confinamento, mas sim uma c… (cloaca), onde tudo entra e sai.

Tenham tomates e assumam ao que vêm.

É um confinamento “para inglês ver”, apenas para não assumirem, a responsabilidade dos actos que cometem e com a continuação destas medidas, quando “isto for de mal a pior”, nos poderem atribuir a responsabilidade.

- Afinal a culta é tua que não confinaste.

Mas que confinamento?

Acabo por não saber se estou “obrigado” a confinar ou não. Mas, como gado, não tenho que entender, a minha função é pastar, no campo mesmo, esquecer os restaurantes e cafés, para me tornar num grande touro para ser abatido quando eles assim decidirem, não por excesso de “matadouros” mas por “excesso de pastagens” e falta de cuidados de saúde.

Já não há tomates como os de antigamente.


domingo, 10 de janeiro de 2021

“Concurso” público à ocupação de lugar a vagar


 “A minha visão” 
(já estou a ver o Miguel Sousa Tavares e a TVI a acusar-me de “copianço” ...)

É cíclico, de cinco em cinco anos, o lugar do mais alto magistrado da “nação” – Presidência da República fica “vago”. Vago, vago, nunca fica, nem pode ficar. Para isso é aberto “concurso público” só que neste caso nacional. A este concurso público só podem concorrer cidadãos nacionais, entenda-se, que sejam portugueses, maiores de trinta e cinco anos e que se julguem aptos/capazes a desempenhar tão elevado cargo.

A este concurso respondem normalmente mais ou menos uma mão cheia de pessoas, nunca ultrapassando as duas mãos cheias.

Sendo o “caderno de encargos” “escasso” e não muito detalhado nos pormenores ei-los a degladiarem-se sobre o que farão enquanto presidentes da república.

Para que se saiba o “caderno de encargos” está previsto no “concurso público” há muito publicado, ver título II, capítulo I – Estatuto e Eleição nos artigos 122º a 132º e sobretudo o capítulo II - Competência nos artigos 133º a 140º.

Fico pasmo, ao ver nos “supostos” debates televisivos dizerem “vou cumprir a constituição” mas o contrário seria de esperar? Bom, se calhar a novidade estaria aí, haver um candidato que dissesse, - eu não vou cumprir o “caderno de encargos” e vou ganhar o “concurso”. Isso sim, seria “giro de assistir.

Verdade que há um candidato que quase se atreve a dizer isso, e vai daí…está a cair em desgraça no seio dos outros concorrentes e seus adeptos, mas também e cada vez mais tem um leque bem grande e em crescimento de adeptos, porque será?

Não me quero pronunciar sobre nenhum “concorrente”, chamo-lhes concorrentes propositadamente, e não candidatos porque, para ser candidatos, tinham de simbolizar a pureza coisa que anda muito afastada destas pessoas. São concorrentes porque representam os mesmos produtos/serviços, no fundo os produtos/serviços dos partidos políticos que representam ou que os apoiam, sendo os partidos políticos por si só concorrentes.   

O que vemos nestes debates/entrevistas?

Por um lado, o ataque pessoal, literalmente, quer o ataque dos entrevistadores aos concorrentes quer o ataque entre eles. Do que nos é dado apreciar não há verdadeiramente um debate de ideias. A competência do presidente da república está consignada no “caderno de encargos” – Constituição da Republica Portuguesa. Do meu ponto de vista as ideias que trauteiam são as de “substituição do governo”, lá chegaremos, para isso, sugiro, que concorram às eleições legislativas…

Apesar de haver perto de duas mãos cheias de “quase nada”, de concorrentes, é suposto “advinhar” e eu como todos vós, mesmo os concorrentes e quem os apoiam, temos tanta certeza de quem vai chegar a primeiro lugar, que não temo, arriscar o meu dedo mindinho, a como vou acertar. Apenas houve um interregno nos abraços e beijinhos e não por vontade própria, mas porque a isso foi forçado. Felizmente está aí a vacina de combate ao “covid 19”, logo, logo estão aí os beijinhos e abraços.

Já que há pelo menos, um concorrente que vai propor a alteração ao “caderno de encargos” – Constituição da Republica Portuguesa, eu também faço a minha.

- Que os mandatos sejam de dez anos e seja único, assim evitávamos desperdício de tempo e perca de dinheiro.