sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

A minha ignorância


Santa ignorância a minha
 Não sou letrado, tampouco, ou será tão pouco, ou tão-pouco, literato, mas sempre gostei de escrever. A revelação da minha ignorância nem sequer se ia referir a esta ou outras palavras/expressões. Ela apenas surgiu, porque ao escrevê-la, deparei-me com estas três formas e fiquei na dúvida/ignorância de qual deveria utilizar.

A ignorância de que quero falar é bem mais simples, ou não e que supostamente deveria estar aprendida, refiro-me à pontuação e mais concretamente à (,) – vírgula.

Todos sabemos a importância que a vírgula tem num texto ou numa frase. A sua colocação modifica por completo o sentido dessa frase.

Em tempos “remotos”, aprendi ou foi sempre esta a ideia com que fiquei que a (,) é para ser utilizada para fazer uma ”paragem”. Para respirarmos. Sempre que parar utilize uma (,). Mas será mesmo assim? Talvez não, já que cada um de nós fala de maneira diferente, usa pausas diferentes e basicamente decide como falar. Apesar disso, devemos ter cuidado, pois somos julgados pelo modo de falar e sobretudo escrever.

Mas não podemos simplesmente decidir onde tem e onde não tem (,). Ela tem poder demais para ser arbitrária.

Talvez por isso, não encontramos na obra de José Saramago uma (,) assim, deixa-nos o livre arbítrio de a colocarmos onde entendermos.

Apendi, ou assim penso, que numa frase há a oração principal, não tem a ver com reza, e as orações subordinadas.

A oração principal é composta pelo sujeito, pelo predicado e pelo complemento directo. Mais tarde mercê da modernidade, estes vocábulos passaram a chamar-se de sintagma nominal, sintagma verbal e sintagmas adverbiais, corrijam-me se estiver a induzir os incautos em erro.

Uma oração principal seria do tipo – O João comeu o bolo. A(o) professora(r) diria: João classifique sintaticamente esta oração. O João que dominava esta matéria a cem por cento, sem hesitar e com a certeza de exitar, respondia:

- O João é o sujeito (sintagma nominal).  Predicado comeu (sintagma verbal).

 Depois, interiormente, fazia a pergunta aos seus botões, comeu o quê? E respondia. Comeu o bolo. Concluía então o bolo é o complemento directo.

Com ar de superioridade respondia perante o ar incrédulo dos companheiros:

- “O bolo” complemento directo.

Até aqui parece-me que está tudo bem ou será que não? Começa a minha ignorância. Onde deveria ter colocado as (,)?

Refiro-me não só à frase “ o João comeu o bolo” mas a todos os períodos atrás escritos.

Sempre aprendi que o sujeito não se separa por (,) do predicado nem do complemento directo.

A verdade é que já vi por estas “paginas” do facebook e escritas por professores(as), de português,  e estes que me desculpem, frases deste tipo (oração principal) “o João, comeu o bolo” “ o João, comeu, o bolo”.

Apendi, ou assim penso que o “e” – i substitui a virgula e que regra geral, não se coloca uma (,) antes a um “e” e depois do “e” coloca-se?, como vejo com muita frequência a (,) antes e depois de um “e” fico na ignorância. Ao que aprendi a (,) só se utiliza antes de um “e” –i,  quando a frase depois do "e" fala de uma pessoa, coisa, ou objecto (sujeito) diferente da que vem antes dele. Exemplo “o Sol já ia fraco, e a tarde era amena”.

E quanto à colocação da (,) antes e depois da palavra “que” é de colocar ou não? Antes ou depois?

Já vi de todas as maneira, sem nenhuma (,) antes da palavra “que” com (,) antes e depois da palavra. O “que” é apenas um exemplo, podíamos falar também das palavras “mas”, “porém”, “contudo” etc.

A minha ignorância leva-me a questionar se coloquei todas as (,) no lugar certo. Se coloquei demais ou de menos.

A ignorância leva-me a pensar e talvez decidir que daqui para diante passarei a escrever todos os meus textos sem (,) à semelhança do galardoado com o prémio Nobel - José Saramago. Se ele pode porque não poderei eu? Assim tudo ficará mais simples.

 

Santa ignorância a minha

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Onde está a voz de S. Exa o Presidente da República

 

Será também ele, um taliban? 

Em 2001, há uma “eternidade”, o mundo assistia à destruição, por parte dos talibans, das estátuas budistas pré-islâmicas, algumas com mais de dois mil anos.

O decreto do “mullah” Omar, líder dos talibans, explicava que a sua decisão era uma “ordem do islão”, porque as estátuas podem tornar-se objecto de culto e a lei islâmica não permite a adoração de imagens. O líder taliban esclareceu depois que se não forem objecto de culto, então as estátuas não passam de pedras e podem ser destruídas. “Nada me importa a não ser o “islão”, frisou o “mullah” Omar.

O director geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, pediu "encarecidamente" aos taliban que não destruam os monumentos pré-islâmicos e que façam tudo para proteger este "património cultural único". "Os autores deste acto irremediável assumem uma terrível responsabilidade perante o povo afegão e perante a História", avisou Marsuura.

Narro este pequeno lapso de tempo, da história mundial recente, porque infelizmente, os “taliban” não existem apenas no Afeganistão ou nos países árabes. Estão entre nós, cruzamos com eles diariamente e têm nomes. Eu chamo-lhes escumalha. Esta escumalha apenas quer que “adoremos” o seu próprio “culto”.

Nestes dias, temos ouvido umas vozes, desta escumalha, que avogam a destruição dos símbolos da nossa história, sejam eles os brasões das ex províncias ultramarinas e pasme-se o Padrão dos descobrimentos. As pessoas sábias, na sua impotência de compreensão, provocam estes talibans a destruírem também, o mosteiro dos jerónimos, a praça do império, o mosteiro da batalha e sei lá, digo eu, destruam todos os monumentos nacionais, que alguns pela sua dimensão histórica são mundiais. Eu porque sou alentejano de Elvas e só conheço o meu “quadrado”, provoco que se proceda à destruição das muralhas de Elvas, do aqueduto da amoreira, do forte da Graça, dos fortins, das igrejas. Em Portalegre, cidade onde resido, arrasem-se os conventos, os solares, as fábricas. Ah! Pois, já se começou a arrasar, as fábricas, o jardim da Corredoura e o monumento de homenagem aos dadores de sangue já foram o que se vai seguir?… Para que é que queremos tudo isso em pé se só nos lembra uma história de desgraça, de escravidão e de guerras. Pensam estes talibans do nosso Portugal que, ao destruírem-se os monumentos, porque são pedras, destrói-se a memória. A memória e a história vivem na nossa mente e a menos que se destruam todas as mentes a memória e a história permanecerão.

À parte isto, estes taliban portugueses, até podem ser presidentes de câmara, vereadores, ex-governantes, deputados na assembleia da república que não passam de criminosos, repito criminosos e políticos de merda, repito, políticos de merda. Se eu ou tu simples cidadãos, destruirmos um banco de jardim público, somos considerados e bem, criminosos e seremos julgados por isso. Porque é que esta escumalha/talibans são considerados heróis ao destruírem a nossa memória histórica.

Onde está a voz do Sr presidente da república? Este Sr, habituou-nos a ouvir os seus comentários sobre tudo e nada e muitas vezes é mesmo nada. Porque é que ele ainda não levantou a sua voz e diz de uma forma clara “porque não se calam com essas bacoradas”.

Será também ele, um taliban?     


sábado, 13 de fevereiro de 2021

Dona Sebastiana "A desejada"

A Lenda irá rezar assim:

Decorria o final do ano, Setembro/Outubro, de 2021. O concelho de Portalegre vinha definhando há já várias décadas, acentuando-se o seu declínio nos últimos dez anos. A vice-presidente, Adelaide Teixeira, assumia, a meados de 2011, o destino de “afundanço” do concelho e em especial o da cidade de Portalegre e dos que nela habitam, por renúncia, do até esta data timoneiro, Mata Cáceres. Ainda estão por desvendar os motivos desta renúncia, apenas se sabendo que foram “motivos pessoais”.

A nova timoneira, sentido a falta de lastro, lá foi equilibrando a embarcação, embora nunca a tenha conseguido fazer mexer.

Timoneira que se preze nunca abandona a embarcação, nem que esta afunde. Decorria o final do ano de 2013, altura em que as timoneiras(os) fazeram novas promessas que, desta vez é que iam fazer andar o navio. Os “escravos” da embarcação, acorrentados, mãos nos remos, remavam, remavam, rematavam, mas infelizmente, quanto mais remavam mais se afundavam.

A timoneira sabia da continuação da falta de lastro e sabia que não podia “assaltar” outras embarcações, bancos, por um lado, porque não se conseguia mexer, nem tinha quem a ajudasse, e por outro, enquanto não se visse livre do peso excessivo, dívidas, que tinha herdado. Não há embarcação que aguente os temporais e cada vez mais se afunda.

Como marinheira que é, tudo fez para se manter à tona, mesmo que a embarcação se despregue e arraste para o fundo do mar muitos dos seus marinheiros, haverá sempre uma tábua a que se poderá agarrar e mantê-la com o nariz de fora. E foi assim, em 2017 nova tábua surgiu, prometeu que a embarcação já se tinha desprendido do peso excessivo e que já podia adquirir lastro. Desta é que a embarcação iria navegar.

Dada a sua dimensão, a embarcação foi cobiçada por outros marinheiros, vindos até de outras naus, que já não podiam timonear. Os “escravos”, como servos que são e por acreditarem em falsas promessas, deram de novo o leme à timoneira.   

Quatro anos decorreram no afundanço do navio, mas eis que, quando só já se via a ponta do mastro, a timoneira coloca lá a bandeira. Os “escravos” regozijaram acreditando na salvação da embarcação.

Fevereiro de 2021, alguns “escravos” são acordados, através de uma moda em voga na altura, “redes sociais” que uma nova timoneira “Dona Sebastiana”, Fermelinda Carvalho, "A desejada" vinda de outra nau, a navegar na proximidade das mesmas águas, vai querer ser a nova “Comandante” desta embarcação.

Os escravos ficaram eufóricos com tal notícia. Era vê-los a babarem-se nas redes sociais da altura.

Dona Sebastiana a “desejada” está a chegar.

Porque as regras de timonear este tipo de embarcação, proíbem que os timoneiros(as) o façam por mais de quatro “timonereiros”, palavra inventada agora, para dizer mandatos seguidos, como “bons” timoneiros que são, logo inventam forma de contornar tão grande obstáculo surgido no meio do mar e vai daí dizem que a regra que os proíbe se cinge à mesma nau, não se aplicando a outras. Pérfidas mentes que assim pensam. Só revelam que o que lhes interessa é a sua própria salvação e não a da embarcação.

Setembro/Outubro de 2021 foi desencadeada a “batalha”. Apresentaram-se vários timoneiro e timoneiras para a naufragada embarcação. Foi uma batalha de “Titãs” onde apenas um sobreviveu. Do “galeão” já não há vestígios, afundou-se completamente.

As “naus” que navegavam nas mesmas águas, catorze no total, apoderaram-se dos despojos daquele que pretendeu ser um “galeão” mas que nunca foi, juntaram os lastros e deram início à construção de uma super embarcação que designaram “Juntos temos mais poder”.  

 

sábado, 6 de fevereiro de 2021

O Passeio do Covid 19

 

Apesar do número de infectado com o covid 19, eu diria covid 21, dadas as muitas “camuflagens” que já adoptou, estar a diminuir por força deste aprisionamento a que somos sujeitos, o número de internamentos em cuidados intensivos, mantém-se ou está ligeiramente acima da média dos piores dias.

Com receio que este número venha a aumentar, e colapsar o serviço nacional de saúde, o governo contactou, a Comissão Europeia, ou eles se disponibilizaram nem sei bem, a pedir colaboração para o internamento e tratamento de infectados de covid 19 nesses países.  

O Luxemburgo a Áustria e a Alemanha prontificaram-se a ajudar Portugal na pior fase da pandemia. A Alemanha juntou a acção à palavra e enviou no dia três de fevereiro uma equipa militar de saúde constituída por médicos, enfermeiros e material diverso.

Naturalmente que, como cidadão europeu, fico muito satisfeito por ver esta empatia, ou seja, que haja “união europeia” na Comunidade Europeia.

Ao constatar este facto, ajuda europeia, atravessa-se no meu pensamento uma dúvida.

O nosso sistema de saúde é constituído pelo serviço público/Serviço Nacional de Saúde (SNS) e serviço privado de saúde. O serviço privado de saúde é uma concessão dada pelo estado/governo, que somos nós, aos investidores na doença. Investidores! ok, logo querem o maior ganho possível.

A minha dúvida reside exactamente aqui, no ganho. Porque é que o serviço privado de saúde não se disponibilizou a ajudar o serviço nacional de saúde. Dito de outra forma porque é que o estado/governo não contactou os hospitais privados antes de ter contactado e pedido ajuda ao estrangeiro? Se contactou porque não obteve essa disponibilidade? Por uma questão de ganho, dirão alguns. A minha dúvida persiste, se o estado/governo pagasse o mesmo valor do tratamento de um doente do SNS ao serviço privado este perdia ou ganhava dinheiro?

Sendo o vencimento dos médicos, dos enfermeiros e outros profissionais nestes países, superiores aos dos portugueses, é certo que se forem doentes para o estrangeiro o custo da hospitalização/tratamento terá de ser pago a esses países, para além do transporte. A dúvida persiste, todo este custo não é muito superior ao que viesse a ser pago no serviço privado? E se um doente morrer nesse país quem paga a transladação do corpo, os familiares ou o estado?

Nestes custos já nem estou a avaliar os custos “não patrimoniais”. Os custos de se sentirem abandonados ao “seu destino”.

Dentro da mesma política assistimos já ao transporte de doentes do continente para as ilhas. Já esgotámos toda a capacidade hospitalar no continente? Mas que raio, só gente idiota, se não há vaga nos cuidados intensivos do SNS requisite-se/obrigue-se o serviço privado a disponibilizar vagas, esse serviço apesar de privado é nosso, funcionam por concessão nossa.

Se podemos pagar menos porque pagamos mais? Não devemos ser convenientemente informados da política destas opções?

Sei que a minha voz não vai chegar aos locais próprios, ainda assim, não deixo de exigir essa explicação.

Há por aí alguém que me explique?

A única explicação que vejo, para além de todos estes negócios escuros à semelhança das PPP é dar lucro à TAP, se outras transportadoras aéreas não se adiantarem…

Ai país país, em que mãos foste calhar...


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Plátano sempre Plátano

(foto Rádio Portalegre)

Tenho o maior respeito, pelos mais velhos, sempre tive, foi assim que fui educado. Naturalmente que a boa educação, a consideração e o respeito não se esgotam nos mais velhos. Todos e tudo deve ser respeitado e aqui se incluem as pessoas, os animais e a natureza. E a fé de cada um.

No final do ano passado (novembro 2020) decorreu uma votação para eleger a árvore portuguesa de 2021. Foi “eleita” como árvore do ano o Plátano do Rossio. Já no ano anterior, a mesma árvore tinha ido a votos, tendo sido preterida em relação a outra.  

Este ano está a decorrer até ao dia 28 de fevereiro a votação para ser “eleita” como a árvore europeia do ano de 2021. “Tree of the Year 2021”.

Tem sido feita uma boa campanha a favor “desta causa” inclusive pelo Município de Portalegre, outra coisa não seria de esperar.

Tendo já o Plátano do Rossio, sido eleito como a árvore portuguesa de 2021, tem direito a letras maiúsculas, pela sua longevidade, estranho que a sua “eleição” ainda não tenha trazido nada de novo de benefício à vida dos portalegrenses, tão pouco à sua envolvência física, já que constitui um perigo andar naquelas “ondulações de terreno”.

Claro que tenho a esperança e o desejo de a ver eleita como “Tree of the Year 2021”.

Com esta eleição, tenho a certeza, senão não desejava tanto, que a vida dos portalegrenses vai rodar 180 graus e vai melhorar. O próprio executivo municipal aposta todos os seus trunfos, já prevendo a sua substituição.

Também não é de ficar indiferente, vamos ter nos “comandos do município” uma Senhora de cento e oitenta e três anos, felizmente continuamos com uma senhora, ao que dizem são mais sensíveis a avaliarem a natureza humana, detentora dos maiores segredos de Portalegre, imagino os desabafos que já ouviu, por isso conhecedora das necessidade e anseios dos portalegrenses.

Desta é que Portalegre vai sair do mapa dos pequeninos e entrar no mapa dos grandes, mapa mundial entenda-se.

E porque desejo muito esta eleição vota.

https://www.treeoftheyear.org/vote