segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Onde está a voz de S. Exa o Presidente da República

 

Será também ele, um taliban? 

Em 2001, há uma “eternidade”, o mundo assistia à destruição, por parte dos talibans, das estátuas budistas pré-islâmicas, algumas com mais de dois mil anos.

O decreto do “mullah” Omar, líder dos talibans, explicava que a sua decisão era uma “ordem do islão”, porque as estátuas podem tornar-se objecto de culto e a lei islâmica não permite a adoração de imagens. O líder taliban esclareceu depois que se não forem objecto de culto, então as estátuas não passam de pedras e podem ser destruídas. “Nada me importa a não ser o “islão”, frisou o “mullah” Omar.

O director geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, pediu "encarecidamente" aos taliban que não destruam os monumentos pré-islâmicos e que façam tudo para proteger este "património cultural único". "Os autores deste acto irremediável assumem uma terrível responsabilidade perante o povo afegão e perante a História", avisou Marsuura.

Narro este pequeno lapso de tempo, da história mundial recente, porque infelizmente, os “taliban” não existem apenas no Afeganistão ou nos países árabes. Estão entre nós, cruzamos com eles diariamente e têm nomes. Eu chamo-lhes escumalha. Esta escumalha apenas quer que “adoremos” o seu próprio “culto”.

Nestes dias, temos ouvido umas vozes, desta escumalha, que avogam a destruição dos símbolos da nossa história, sejam eles os brasões das ex províncias ultramarinas e pasme-se o Padrão dos descobrimentos. As pessoas sábias, na sua impotência de compreensão, provocam estes talibans a destruírem também, o mosteiro dos jerónimos, a praça do império, o mosteiro da batalha e sei lá, digo eu, destruam todos os monumentos nacionais, que alguns pela sua dimensão histórica são mundiais. Eu porque sou alentejano de Elvas e só conheço o meu “quadrado”, provoco que se proceda à destruição das muralhas de Elvas, do aqueduto da amoreira, do forte da Graça, dos fortins, das igrejas. Em Portalegre, cidade onde resido, arrasem-se os conventos, os solares, as fábricas. Ah! Pois, já se começou a arrasar, as fábricas, o jardim da Corredoura e o monumento de homenagem aos dadores de sangue já foram o que se vai seguir?… Para que é que queremos tudo isso em pé se só nos lembra uma história de desgraça, de escravidão e de guerras. Pensam estes talibans do nosso Portugal que, ao destruírem-se os monumentos, porque são pedras, destrói-se a memória. A memória e a história vivem na nossa mente e a menos que se destruam todas as mentes a memória e a história permanecerão.

À parte isto, estes taliban portugueses, até podem ser presidentes de câmara, vereadores, ex-governantes, deputados na assembleia da república que não passam de criminosos, repito criminosos e políticos de merda, repito, políticos de merda. Se eu ou tu simples cidadãos, destruirmos um banco de jardim público, somos considerados e bem, criminosos e seremos julgados por isso. Porque é que esta escumalha/talibans são considerados heróis ao destruírem a nossa memória histórica.

Onde está a voz do Sr presidente da república? Este Sr, habituou-nos a ouvir os seus comentários sobre tudo e nada e muitas vezes é mesmo nada. Porque é que ele ainda não levantou a sua voz e diz de uma forma clara “porque não se calam com essas bacoradas”.

Será também ele, um taliban?     


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