Será também ele, um taliban?
Em 2001, há uma “eternidade”, o mundo assistia à destruição,
por parte dos talibans, das estátuas budistas pré-islâmicas, algumas com mais
de dois mil anos.
O decreto do “mullah”
Omar, líder dos talibans, explicava que a sua decisão era uma “ordem do islão”, porque as estátuas
podem tornar-se objecto de culto e a lei islâmica não permite a adoração de
imagens. O líder taliban esclareceu depois que se não forem objecto de culto,
então as estátuas não passam de pedras e podem ser destruídas. “Nada me importa
a não ser o “islão”, frisou o “mullah” Omar.
O director geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, pediu "encarecidamente"
aos taliban que não destruam os monumentos pré-islâmicos e que façam tudo para
proteger este "património cultural único". "Os autores deste
acto irremediável assumem uma terrível responsabilidade perante o povo afegão e
perante a História", avisou Marsuura.
Narro este pequeno lapso de tempo, da história mundial
recente, porque infelizmente, os “taliban” não existem apenas no Afeganistão ou
nos países árabes. Estão entre nós, cruzamos com eles diariamente e têm nomes.
Eu chamo-lhes escumalha. Esta
escumalha apenas quer que “adoremos”
o seu próprio “culto”.
Nestes dias, temos ouvido umas vozes, desta escumalha, que
avogam a destruição dos símbolos da
nossa história, sejam eles os brasões das ex províncias ultramarinas e
pasme-se o Padrão dos descobrimentos. As pessoas sábias, na sua impotência de
compreensão, provocam estes talibans a destruírem também, o mosteiro dos jerónimos, a praça do império, o
mosteiro da batalha e sei lá, digo eu, destruam todos os monumentos nacionais,
que alguns pela sua dimensão histórica são mundiais. Eu porque sou alentejano de Elvas e só conheço o meu “quadrado”, provoco que se proceda à destruição
das muralhas de Elvas, do aqueduto da
amoreira, do forte da Graça, dos fortins,
das igrejas. Em Portalegre, cidade onde resido, arrasem-se os conventos, os
solares, as fábricas. Ah! Pois, já se começou a arrasar, as fábricas, o jardim da Corredoura e o monumento de homenagem aos dadores de sangue já foram o que se vai seguir?… Para que é que queremos tudo isso em pé se só
nos lembra uma história de desgraça, de escravidão e de guerras. Pensam estes
talibans do nosso Portugal que, ao destruírem-se os monumentos, porque são pedras,
destrói-se a memória. A memória e a história vivem na nossa mente e a menos que
se destruam todas as mentes a memória e a história permanecerão.
À parte isto, estes taliban portugueses, até podem ser presidentes de câmara, vereadores, ex-governantes, deputados na
assembleia da república que não passam de criminosos, repito criminosos e políticos de merda, repito,
políticos de merda. Se eu ou tu simples cidadãos, destruirmos um banco de
jardim público, somos considerados e bem, criminosos e seremos julgados por
isso. Porque é que esta escumalha/talibans são considerados heróis ao destruírem
a nossa memória histórica.
Onde está a voz do Sr presidente da
república? Este Sr,
habituou-nos a ouvir os seus comentários sobre tudo e nada e muitas vezes é
mesmo nada. Porque é que ele ainda não levantou a sua voz e diz de uma forma
clara “porque não se calam com essas
bacoradas”.
Será também ele, um taliban?
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