sábado, 6 de fevereiro de 2021

O Passeio do Covid 19

 

Apesar do número de infectado com o covid 19, eu diria covid 21, dadas as muitas “camuflagens” que já adoptou, estar a diminuir por força deste aprisionamento a que somos sujeitos, o número de internamentos em cuidados intensivos, mantém-se ou está ligeiramente acima da média dos piores dias.

Com receio que este número venha a aumentar, e colapsar o serviço nacional de saúde, o governo contactou, a Comissão Europeia, ou eles se disponibilizaram nem sei bem, a pedir colaboração para o internamento e tratamento de infectados de covid 19 nesses países.  

O Luxemburgo a Áustria e a Alemanha prontificaram-se a ajudar Portugal na pior fase da pandemia. A Alemanha juntou a acção à palavra e enviou no dia três de fevereiro uma equipa militar de saúde constituída por médicos, enfermeiros e material diverso.

Naturalmente que, como cidadão europeu, fico muito satisfeito por ver esta empatia, ou seja, que haja “união europeia” na Comunidade Europeia.

Ao constatar este facto, ajuda europeia, atravessa-se no meu pensamento uma dúvida.

O nosso sistema de saúde é constituído pelo serviço público/Serviço Nacional de Saúde (SNS) e serviço privado de saúde. O serviço privado de saúde é uma concessão dada pelo estado/governo, que somos nós, aos investidores na doença. Investidores! ok, logo querem o maior ganho possível.

A minha dúvida reside exactamente aqui, no ganho. Porque é que o serviço privado de saúde não se disponibilizou a ajudar o serviço nacional de saúde. Dito de outra forma porque é que o estado/governo não contactou os hospitais privados antes de ter contactado e pedido ajuda ao estrangeiro? Se contactou porque não obteve essa disponibilidade? Por uma questão de ganho, dirão alguns. A minha dúvida persiste, se o estado/governo pagasse o mesmo valor do tratamento de um doente do SNS ao serviço privado este perdia ou ganhava dinheiro?

Sendo o vencimento dos médicos, dos enfermeiros e outros profissionais nestes países, superiores aos dos portugueses, é certo que se forem doentes para o estrangeiro o custo da hospitalização/tratamento terá de ser pago a esses países, para além do transporte. A dúvida persiste, todo este custo não é muito superior ao que viesse a ser pago no serviço privado? E se um doente morrer nesse país quem paga a transladação do corpo, os familiares ou o estado?

Nestes custos já nem estou a avaliar os custos “não patrimoniais”. Os custos de se sentirem abandonados ao “seu destino”.

Dentro da mesma política assistimos já ao transporte de doentes do continente para as ilhas. Já esgotámos toda a capacidade hospitalar no continente? Mas que raio, só gente idiota, se não há vaga nos cuidados intensivos do SNS requisite-se/obrigue-se o serviço privado a disponibilizar vagas, esse serviço apesar de privado é nosso, funcionam por concessão nossa.

Se podemos pagar menos porque pagamos mais? Não devemos ser convenientemente informados da política destas opções?

Sei que a minha voz não vai chegar aos locais próprios, ainda assim, não deixo de exigir essa explicação.

Há por aí alguém que me explique?

A única explicação que vejo, para além de todos estes negócios escuros à semelhança das PPP é dar lucro à TAP, se outras transportadoras aéreas não se adiantarem…

Ai país país, em que mãos foste calhar...


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