Apesar do número de
infectado com o covid 19, eu diria covid
21, dadas as muitas “camuflagens”
que já adoptou, estar a diminuir por força deste aprisionamento a que somos
sujeitos, o número de internamentos em cuidados intensivos, mantém-se ou está ligeiramente acima da média dos piores dias.
Com receio que este
número venha a aumentar, e colapsar o serviço nacional de saúde, o governo
contactou, a Comissão Europeia, ou eles se disponibilizaram nem sei bem, a pedir
colaboração para o internamento e tratamento de infectados de covid 19 nesses
países.
O Luxemburgo a Áustria
e a Alemanha prontificaram-se a ajudar Portugal na pior fase da pandemia. A
Alemanha juntou a acção à palavra e enviou no dia três de fevereiro uma equipa
militar de saúde constituída por médicos, enfermeiros e material diverso.
Naturalmente que, como
cidadão europeu, fico muito satisfeito por ver esta empatia, ou seja, que haja “união europeia” na Comunidade Europeia.
Ao constatar este
facto, ajuda europeia, atravessa-se no meu pensamento uma dúvida.
O nosso sistema de
saúde é constituído pelo serviço público/Serviço Nacional de Saúde (SNS) e
serviço privado de saúde. O serviço privado de saúde é uma concessão dada pelo
estado/governo, que somos nós, aos investidores
na doença. Investidores! ok, logo querem o maior ganho possível.
A minha dúvida reside
exactamente aqui, no ganho. Porque é que o serviço privado de saúde não se
disponibilizou a ajudar o serviço nacional de saúde. Dito de outra forma
porque é que o estado/governo não contactou os hospitais privados antes de ter
contactado e pedido ajuda ao estrangeiro? Se contactou porque não obteve essa
disponibilidade? Por uma questão de ganho, dirão alguns. A minha dúvida
persiste, se o estado/governo pagasse o mesmo valor do tratamento de um doente do
SNS ao serviço privado este perdia ou
ganhava dinheiro?
Sendo o vencimento dos
médicos, dos enfermeiros e outros profissionais nestes países, superiores aos
dos portugueses, é certo que se forem doentes para o estrangeiro o custo da
hospitalização/tratamento terá de ser pago a esses países, para além do
transporte. A dúvida persiste, todo este custo não é muito superior ao que
viesse a ser pago no serviço privado? E se um doente morrer nesse país quem
paga a transladação do corpo, os familiares ou o estado?
Nestes custos já nem
estou a avaliar os custos “não
patrimoniais”. Os custos de se sentirem abandonados ao “seu destino”.
Dentro da mesma
política assistimos já ao transporte de doentes do continente para as ilhas. Já
esgotámos toda a capacidade hospitalar no continente? Mas que raio, só gente
idiota, se não há vaga nos cuidados
intensivos do SNS requisite-se/obrigue-se o serviço privado a disponibilizar vagas, esse serviço apesar de privado é
nosso, funcionam por concessão nossa.
Se
podemos pagar menos porque pagamos mais? Não devemos ser convenientemente
informados da política destas opções?
Sei que a minha voz não
vai chegar aos locais próprios, ainda assim, não deixo de exigir essa
explicação.
Há por aí alguém que me
explique?
A única explicação que
vejo, para além de todos estes negócios escuros à semelhança das PPP é dar lucro à TAP, se outras transportadoras aéreas não se adiantarem…
Ai país país, em que mãos foste calhar...
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