Em que ficamos há raça ou não há raça? Confuso?
Os
novos “modeladores” de pensamento
Nasci
pobre e continuo pobre.
Nasci
branco e de famílias brancas e continuo branco.
Frequentei
escolas públicas de brancos, porque as frequentei em Portugal, onde a maioria
da população era branca.
Casei
com uma mulher branca e de famílias brancas e tive três filhos brancos. Um
deles, já casou com uma mulher branca e de famílias brancas, embora não
portuguesas. Ainda não tenho netos brancos, mas espero e desejo vir a tê-los.
Quando
frequentei a escola pública de brancos, foi-me ensinado e assim aprendi, que os
nativos de áfrica eram pretos e tinham o cabelo encaracolado, assim sem mais.
Que os nativos da américa do sul, Brasil, por ter sido uma colónia portuguesa
eram os índios e eram vermelhos. Os nativos da ásia eram amarelos. Os nativos
da europa eram brancos.
Não
vou discutir se os brancos são mesmo brancos ou se são rosa. Se os pretos são
mesmo pretos ou se são castanhos. Se os índios são mesmo vermelhos ou… a mim
nunca me pareceram vermelhos, talvez porque nunca tenha visto um verdadeiro
índio ao vivo e a cores. Se os asiáticos são mesmo amarelos ou…
O
que sei é que assim nos era ensinado, hoje não sei como se ensina, e não havia
discussão, talvez porque a palavra do professor era lei, talvez porque não
havia pretos, não havia vermelhos, não havia amarelos nas salas de aula.
Quer
queiramos ou não, a cor da pele é uma característica física que nos distingue,
entra pelos olhos adentro de qualquer um de nós.
Porque
é que eu sou racista e xenófobo só porque
sendo branco digo ele(a) é preta, vermelha ou amarela. Não consigo entender.
Porque
é que eu sou racista e xenófobo só porque
sendo inteligente digo ele(a) é burra. Não consigo entender.
Porque
é que sou racista e xenófobo só porque
sendo bonito digo ele(a) é feia. Não consigo entender.
Porque
é que sou racista e xenófobo só porque
sendo magro digo ele(a) é gorda. Não consigo entender.
E
podia continuar a lista seria interminável.
Ah!
Pois claro! Porque o eu ser inteligente, ser bonito, ser magro é uma
característica minha e eu sou livre de me caracterizar como bem entender. Já
não sou livre para caracterizar os outros, isso já é ser racista e xenófobo. Pois claro.
Para
lembrar ou fazer aprender os burros de hoje que se acham sabedores, os verdadeiros
racistas e xenófobos e os actuais moldadores
de consciências e fazedores de alteração da história fiquem sabendo,
que o ser humano é o único ser vivo na terra que classifica tudo. Para os distinguir, no que são distintos e
para os igualar no que são iguais. É
racista e xenófobo por natureza e inteligência. Eu e tu, branco, preto,
vermelho, ou amarelo somos racistas e xenófobos.
Assim,
criou aquilo a que chamou classificações taxonómicas da vida.
Claro
que não vou entrar numa “aula” de ciências porque para além de extensa, esse
não é o objectivo e porque não tenho gabarito para tal. Apenas lembrar os que
se esqueceram ou nunca chegaram a aprender.
Reino:
a mais ampla das classificações taxonómicas tradicionais. Separa os seres vivos
em categorias mais gerais e inclusivas
– Amimalia, Platae, Bacteria.
Filo:
Agrupamento amplo que divide os membros de um reino em categorias de acordo com
certas semelhanças estruturais e genéticas mais gerais. – Chordata, Magnoliophyta,
Proteobacteria.
Classe:
Agrupamento médio que divide os membros de um filo em categorias mais
específicas de acordo com plano corporal, ancestralidade
comum etc. – Mammalia, Magnoliopsida, Gamma, Proteobacteria.
Ordem:
Agrupamento que divide os membros de uma classe em subgrupos, cujos integrantes
apresentam características específicas e definitivas e têm ancestrais em comum.
O nome geral de um grupo de animais vem da sua ordem. Por exemplo: os membros
da ordem dos Primatas são conhecidos como “macacos” – Primates, Rosales, Enterobacteriales.
Família:
Agrupamento relativamente específico que divide os membros de uma ordem em
conjuntos lógicos de organismos relacionados uns aos outros. Na nomenclatura em
latim, os nomes das famílias costumam terminar em “ae” – Hominidae, Rosaceae, Enterobacteriaceae.
Género:
Agrupamento específico que divide os membros de uma família em subgrupos
compactos de organismos bem parecidos. Quase todos os membros de um género são
descendentes directos de um único ancestral comum. O nome deles compõe a
primeira parte do nome científico de um organismo e sempre é escrito em itálico
e com a inicial maiúscula. – Homo, Rubus, Escherichia.
Espécie:
A classificação mais específica de todas. Refere-se a um grupo delimitado e exacto
de organismos, que são idênticos em termos de morfologia. Somente membros de
uma mesma espécie são capazes de procriarem. O nome deles compõe a segunda
parte do nome científico de um organismo e sempre é escrito em itálico e com
inicial minúscula – sapiens, rosifolius,
coli
Perante
esta extensa exposição, o ser humano é um animal como todos sabemos, logo
pertence ao reino Amimalia. Ao filo Chordata. À classe Mammalia (mamífero). À
ordem Primates (Primatas). À família Hominidae. Ao género Homo. À espécie sapiens.
Diz-nos
a ciência que os indivíduos da mesma
espécie têm aparência semelhante e podem cruzar e procriar somente com
indivíduos da mesma espécie. A ciência diz-nos mais, diz-nos que mesmo pertencendo à mesma espécie, dois
animais podem ter aparências distintas
e dão como exemplo: o Chihuahua e o golden retriever são bem diferentes um do
outro, mas ainda pertencentes à mesma espécie.
As
espécies ainda podem ser divididas em sub-espécies ou raças e por isso os Chihuahua
e os golden retriever são de raças diferentes. O sapiens que tudo classifica, não teve a coragem de se “raçar” a si próprio, mal a meu ver,
mas quem sou eu para fazer tal afirmação. É por demais evidente que o sapiens
também tem raça, goste-se ou não. Queira aceitar-se ou não. Porque o sapiens
não teve essa coragem logo cientificamente a raça não existe, vou centrar-me
apenas na espécie. Diz-nos a ciência que
mesmo pertencendo à mesma espécie dois animais podem ter aparências distintas.
É
disto mesmo que se trata, dois animais pertencendo à mesma espécie “sapiens” podem ter e têm aparências diferentes. Uns são brancos com olhos azuis e cabelos loiros. Outros são brancos com olhos castanhos, pretos
ou o que seja. Outros são pretos com
olhos azuis e cabelo em carapinha. Outos são
pretos com olhos castanhos e cabelo em carapinha, Outros são vermelhos com cabelo preto luzidio.
Outros são amarelos com os olhos em
bico.
Só
porque eu faço salientar uma destas aparências quando me refiro a um individuo
desta espécie e refiro preto estou a ser
racista e xenófobo. Um preto referir-se
a mim como branco já não é racista
nem xenófobo, está a lutar pelos
seus direitos. Se eu disser que um Islandês
é branco de olhos azuis já não sou nem racista nem xenófobo.
Com
tudo isto, há uma dúvida que me assalta o pensamento. Se a classificação taxonómicas
do sapiens (seres humanos) termina na espécie não a levando até à sub-espécie
ou raça porque é que eu sou racista se me fico na espécie.
(vou
voltar a este assunto na próxima publicação)
Muito bom...
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