domingo, 28 de março de 2021

Dá que pensar, não dá?

 

No dia vinte e cinco de março do ano de Cristo de dois mil e vinte e um, o parlamento português aprovou a lei de “inseminação pós-morte”.

Talvez porque a minha intelectualidade e percepção da realidade sejam muito limitadas, não consigo racionalizar as “aberrações legislativas” discutidas e aprovadas pelos intelectuais e vanguardistas, que assentam os seus anafados “bumbuns” nos cadeirões do parlamento.

A partir de hoje, todo o homem morto há pelo menos três anos, pode vir a ser chamado de pai por uma qualquer criança nascida três anos e nove meses depois da sua morte. Dá que pensar, não dá?

Isto, porque uma mulher alegadamente louca, conseguiu juntar à sua, a loucura de uma grande quantidade de cabeças ocas, que supostamente deviam estar repletas de “massa cinzenta” e fez aprovar esta legislação.

A minha irracionalidade, logo loucura também, leva-me a questionar onde estão os direitos destas crianças?

Até aqui, havia as que nasciam em berços de ouro e as que nasciam em berços de palha. Agora, para além destes juntamos os berços das ilusões, e de egoísmos.

Há relativamente pouco tempo o parlamento também aprovou na generalidade uma outra “semelhante” – a lei sobre a eutanásia – morte medicamente assistida, com a diferença que uma aprova a morte e a outra aprova a vida.

O Sr Presidente da República teve dúvidas sobre esta lei, lei da eutanásia, e mando-a para o tribunal constitucional, este considerou que alguns artigos eram inconstitucionais, tendo sido devolvida ao parlamento para “correcção”.

Ao que julgo saber, o Sr Presidente da República não teve dúvidas quanto à eventual inconstitucionalidade desta lei, - inseminação pós-morte, a fim de ser incluída na lei de Procriação Medicamente Assistida (PMA).  Estamos a falar do mesmo, ou não? Numa de uma “procriação” não natural numa mulher saudável, noutra, da morte de pessoas não saudáveis, em sofrimento, com nenhumas esperanças de melhoras, antes pelo contrário e sem esperanças de vida digna. Dá que pensar, não dá?

A minha irracionalidade, consegue compreender que casais vivos, desejem ter filhos, e que sejam medicamente assistidos, se não o conseguirem naturalmente.

Estes processos, medicamente assistidos, são dolorosos e caros em termos financeiros e somos todos nós que pagamos com os nossos impostos. Não é justo nem devia ser socialmente aceite, que tenhamos que pagar os devaneios de pessoas saudáveis que poderão ter filhos de forma natural. 

A minha irracionalidade, não consegue compreender que, enquanto cidadão racional e consciente disso, não possa optar por querer morrer, por incapacidade física para o fazer, negando-me a possibilidade de socorrer-me de outros que o queiram fazer. Mas permite-me que eu procrie já estando morto. Dá que pensar, não dá?

Com esta lei querem fazer que a minha irracionalidade, racionalize que é natural que uma criança nasça passados três anos e nove meses após a minha morte só porque eu ou uma mulher assim o quisemos.

Suspeito e oxalá me engane, que por este mundo fora já haja muitas crianças nascidas de pais mortos há muito mais de três anos. Não sei se toda a legislação mundial obriga à destruição do sémen congelado, após a morte dos dadores e ainda que assim seja será que as clinicas o destroem?

A lei devia, isso sim, obrigar a que quer os óvulos e sémen fossem imediatamente destruídos logo que os dadores morressem. Não estamos em vias de extinção.

Que a Sra que promoveu esta lei e todos a que a acompanharam na sua alegada loucura, queiram ter filhos de um homem morto é um problema médico que deve ser tratado. Que outros secundem esta alegada loucura é problema da sociedade é um problema de todos nós.

Não senhores, não senhoras, nem tudo nos é permitido, ou não devia ser. Não secundo nem partilho esta loucura social.

E tu, partilhas desta loucura?

Se não concordas faz ouvir a tua voz, vamo-nos juntar e levar à assembleia da república o número de assinaturas necessário para que a mesma não seja aprovada na especialidade.


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