sábado, 18 de maio de 2024

Democracia a funcionar/Liberdade de expressão

Foto 

Há algum tempo que não faço nenhuma publicação, não por falta de temas, que esses, têm havido muitos. Talvez por preguiça, talvez por falta de interesse em me pronunciar ou talvez como é sabido por aquele que me “seguem” mais de perto, tenho andado noutros interesses, já que, de vez em quando é preciso diversificar, para não nos cansarmos. 

Sejam pelos motivos que forem, hoje apeteceu-me escrever qualquer coisinha, sobre o assunto que domina a actualidade politica, e não, não é sobre o Sebastião Bugalho, esse não me interessa para nada.

Ontem (17/05/2024) André Ventura propôs na Assembleia da República, (AR) que se abrisse um processo crime contra o presidente da república, pelos crimes de traição à pátria, entre outros, proposta essa que foi rejeitada pela assembleia, sabendo de antemão, já que é jurista, doutor em leis, e como ele mesmo reconheceu em entrevista, antes de apresentar tal proposta que, a “discussão” apresentada pelo presidente da república, não configurava tais crimes. Dizia que tinha pareceres que “defendiam” o cometimento de crimes por parte do presidente da república, mas, não apresentou nenhum. Há uma nítida má fé e vontade de denegrir a imagem do PR e difamá-lo.

Eu não imagino sequer onde o Sr presidente da república foi “buscar” tão brilhante e imaginativa ideia. Será que ele se sente devedor de alguma coisa? Ou o pai dele enquanto governador de Moçambique. Será que o pai dele, trouxe, (roubou) os pretos? Então que pague do seu bolso e devolva o que não lhe pertence.

Eu enquanto português não me sinto devedor de coisíssima nenhuma

O Sr presidente da república parece esquecer factos históricos relevantes, as ex. colónias ultramarinas, incluído o Brasil, Timor, Índia (Goa, Damão e Diu), Macau, à data dos acontecimentos eram território português, logo tudo o que possa ter vindo de lá e lá ter ficado, era português.

- Ah! E a escravidão? – a escravidão, era infelizmente, um “comércio” como era o ouro, as especiarias, etc.

Porque é que temos de ser nós, hoje, ou os nossos filhos a pagarem por o que era tido como a normalidade?

Não! não me sinto culpado de coisíssima nenhuma, por isso, não me sinto na obrigação, enquanto português, de pagar ou devolver o quer que seja. Considero que foi mais um delírio do “nosso” presidente da república.

Como foi dito pelo Miguel Sousa Tavares na 5ª coluna o que o André Ventura fez foi uma denúncia caluniosa sendo crime público independentemente da pessoa, sendo neste caso o presidente da república ainda se torna mais grave. Sendo crime público, não carece de queixa, então do que está à espera o ministério público, para iniciar um processo crime contra André Ventura?

Verdade que o presidente da república também desvalorizou/desvaloriza a “proposta” de André Ventura, dizendo é a “democracia a funcionar”.

Já diz o ditado: - “Quem não se sente, não é filho de boa gente”.

Estas “gentes” não são de facto, filhos de boa gente. Nem a dignidade, nem a honra defendem.

Também ontem, o André Ventura, na assembleia da república, chamou de preguiçosos os turcos. Caiu o santo e a trindade, todos se levantaram e puseram as mãos a deus. O “deus”, presidente da assembleia da república, desvalorizou e perdoou o “pecado”, chamando-lhe “liberdade de expressão”, e que ele não é sensor. Afinal, a (AR) está em sintonia com a santa madre igreja e o santo padre. Aqui cabem todos, todos, todos. Amém! .

Os “santos”, continuam a não acreditar que na AR, cabem todos, todos, todos, por mais que pequem.

Já ouvi coisas bem piores, “nesta igreja” (AR) e ainda não vi nenhum expulso.

Se os “santos” da AR estão tão indignados quer com os “pecados”, as palavras de André Ventura quer com as do presidente da “igreja” por permitir e “defender” as mesmas, já um antigo provérbio diz que: “tão ladrão é quem vai à horta, como que fica à porta” porque não apresentam queixa contra estes? Assim talvez calassem a “liberdade de expressão”

quarta-feira, 6 de março de 2024

Política

A política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha.

(Sá Carneiro)

 Como todos sabemos estamos em período de campanha eleitoral, com vista à eleição dos deputados que irão “defender” os nossos interesses. Pelo menos, é assim que na generalidade apregoam.

Por estas alturas todos defendem os “interesses” dos trabalhadores, dos que nada fazem, dos jovens, dos menos jovens, dos velhos, prometendo-lhes mundos e fundos. Promessas que logo, logo esquecem, porque sabem que a maioria delas, são isso mesmo, PROMESSAS.

Se estes políticos de hoje, tivessem aprendido alguma coisa, teriam aprendido que “promessa é divida” e as dívidas pagam-se. Bom! Talvez não seja assim, eu é que devo ter aprendido errado, Um “nosso” ex. primeiro ministro – José Sócrates, afirmou que as dívidas não são para pagar, “gerem-se”, então é isso as “promessas/dividas” que eles nos fazem são apenas para gerir… nós, os da minha geração, se tivéssemos tomates, exigiríamos esse pagamento, e não essa “gestão”, engano, na minha percepção, mas, à boa moda portuguesa deixamos andar…gostamos de ser enganados, acho que a maioria até se diverte com isso…até dança em jantares comícios.

Há no espectro político, um partido atirado pelos outros para os antípodas que dá pelo nome de Chega. De facto este partido, melhor dizendo o seu líder, tem dito tudo e o seu contrário, tem defendido tudo e o seu contrário, o que revela uma falta de ideologia politica programática a longo prazo.

Senão vejamos:

- Diz que quer mudar Portugal;

- Diz que é contra a corrupção;

- Diz que é contra os subsídio-dependentes;

Estes são apenas uns exemplos. Como é que alguém quer mudar Portugal, quer acabar com a corrupção, e socorre-se ou recorre aos mesmos de sempre, aos ex. PS, CDS, PSD, inclusive PCP, BE, ou seja, foi buscar “socorristas” aos outros partidos. Será que estes “socorristas” no Chega viraram pessoas idóneas?.

Hummm! Não me parece…apenas querem continuar a defender os seus próprios interesses, os seus tachos, claro que não vai haver lume para aquecer tantos tachos, mas, alguns aquecerão…

É contra os subsídio-dependentes, mas o partido Chega e os outros, não são subsídio-dependentes?

Quanto ganham hoje por cada voto? Assim não admira que façam tudo para nos convencerem a ir votar, é mais um dinheirinho que lhes cai no bolso…fazendo pouco ou quase nada...basta "enganar" o povo.

O líder do chega, já disse cobras e lagartos sobre os outros partidos, especialmente daquele que se sente mais próximo, PSD, nesta votação AD.

Mérito ao Paulo Portas que conseguiu convencer o líder do PSD a juntar os caixões dos CDS e PM para deste modo, embora mortos, ainda há que não tenha reparado, juntar mais umas flores, quer dizer mais uns euros/votos a estes partidos, e conseguir eleger uns deputados que de outro modo, já nem sabiam onde ficava a Assembleia da Republica.  

Mas, pasme-se, o líder do Chega que quer mudar Portugal, que quer acabar com a corrupção etc. etc. quer fazer parte do governo com a AD.

Hamm! Então em que ficamos é para mudar ou ficar tudo na mesma?

E o líder do PSD que até agora tem dito que não fará nenhum acordo de governação com o Chega, será que vai cumprir a “promessa”?

Cá por mim, tudo vai depender da quantidade de deputados que o Chega eleger.

Cá por mim, se ele não eleger uma maioria governativa, lá vai ter que engolir o “sapo” e esquecer a promessa.

Todos eles estão ávidos de poder. A política e o poder são inebriantes.

É a política Sr! É a politica!

A política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha.

Os políticos sabem o que é ética?

 

domingo, 14 de janeiro de 2024

A grande oportunidade

Em consequência da “queda” do governo, provocada pela demissão do primeiro ministro e do empurrão do presidente da república, entrámos na campanha eleitoral, embora, ainda não aberta oficialmente.

Tivemos dois congressos o do PS para tomada de posse do novo secretário geral – Pedro Nuno Santos e no presente fim-de semana o do Chega, o partido do André Ventura. É assim que eles o designam, é dele e de mais ninguém.

O homem (André Ventura) antes, elegeu como adversários a esquerda: PS, PCP/CDU, BE, Livre, PAN. Sempre se quis “achegar” ao PSD, mas como este, (PSD) diz não querer nada com ele, disfarça mal o afastamento, permitindo sempre que lhe convém o “achegamento” como foi o caso na Madeira. Esta “achega” parece que não correu lá muito bem…mas isso agora não importa nada…

O homem (André Ventura) quer ser governo, e primeiro ministro, oxalá nunca o venha a ser, tem procurado por todos os meios e feitios “achegar-se” ao PSD que lhe tem, para já, dificultado este desejo, tendo-se “achegado” aos partidos já mortos e enterrados, (CDS e PM) ressuscitando-os, para juntarem os parcos votos e com isso poderem eleger mais um ou dois deputados. Só de passagem, nesta “geringonça” à direita, quem foi o esperto nem sequer foi o actual presidente do CDS, ou do PSD, mas sim, um homem inteligente, porque o é, Paulo Porta.

O homem (André Ventura) não está de modas, vai daí, já que não nos achegamos, agora sou eu que os afasto. Como é que é possível, ainda haver cidadãos que acreditam em pessoas que há poucos dias atrás se queriam achegar a outro partido, porque sabem que só assim é que será possível “achegarem-se” ao poder, embora os critiquem de todas as formas e agora, hoje, digam exactamente o contrário.

Quer se goste quer não, o homem tem o “dom” da palavra, repito o dom da palavra, não o dom da resolução dos problemas do país.

Estes homens (Nuno Pedro Santos, André Ventura, Luís Montenegro) que nada fizeram pelo país, mas não se têm esquecido de fazer em proveito próprio, porque é latente o mal estar dos profissionais de segurança (PSP e GNR) em consequência do subsídio de risco atribuído à Policia Judiciária, vêm agora prometer a resolução, equidade quando forem eleitos. Fui militar da GNR e sou militar na reforma e sei o quanto é injusto tais descriminações. Reconheço e aplaudo a luta destes profissionais, o que já não aplaudo é a mentira descarada destas promessas, como se este, fosse o verdadeiro problema dos cidadãos deste país.

Acredito que somos energia, tenho de admitir que o homem (André Ventura) põe muita energia nas suas palavras e actos, tenho receio, muito medo mesmo, que esta energia se contagie e propague. Tenho receio, muito medo mesmo, que uma mentira, pior, muitas mentiras, ditas muitas vezes, sirvam para convencer os desiludidos com a política e os políticos que temos.

Infelizmente, ainda não são estes partidos e estes políticos que me convencem.       


quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Direito à indignação

Começamos mal o ano de 2024, ou melhor, continuamos na mesma, com a péssima prestação de serviços públicos.

Não é a primeira vez que desabafo/indigno publicamente, sobre os péssimos serviços públicos e concretamente com o Serviço de Finanças de Portalegre.

Uma vez mais, hoje, (04/01/2024) pelas 12h44, conforme as fotos documentam, dirigi-me à Repartição de Finanças de Portalegre, a fim de proceder ao pagamento do IUC (selo do carro). Na tesouraria não havia ninguém, no “guichet” número um, estava uma placa com a palavra Encerrado. No separador em acrílico estavam colados vários papéis. Um com a informação do horário e dos contactos.

Diz o papel:

Horário

Sem Marcação 09h00-12h30

Com Marcação 12h30 – 15h00

Um outro papel diz:

Sr Contribuinte

INFORMA-SE QUE O SERVIÇO DE COBRANÇA SE ENCONTRA ENCERRADO POR LIMITAÇÃO DE R.H

CASO NECESSITE DE FAZER ALGUM PAGAMENTO TIRE UMA SENHA

H – ATENDIMENTO GERAL

QUANDO FOR ATENDIDO SOLICITE AO COLABORADOR O DOCUMENTO DE LIQUIDAÇÃO E COM O MESMO PODE FAZER O PAGAMENTO NOS MEIOS ALTERNATIVOS

MULTIBANCO

CTT

HOMEBANKING

NO SEU BANCO

(assim tudo em letra maiúscula e bem grade não seja alguém cego) 

Pois bem o que me leva à indignação?

Segundo o papel que nos informa do horário, era suposto estar um “colaborador”, das 09h00 às 15h30 a colaborar connosco, digo eu! Ou não é suposto eu pensar assim?

Pois, dirá você, não é suposto pensar assim, porque também somos informados que há limitação de R. H.

Que diabo é isto de R. H.?

- Raça Humana!?

- Ranhosos humanóides!?

- Risos humorísticos!?

- Oh homem! Isso quer dizer recursos humanos!

- Ah!... então não podiam ter escrito a palavra completa?

- Oh homem! Estão na poupança. Já viu quantas letras mais eles tinham de juntar, isso custa tempo aos R. H. que são limitados…

Ah! Ok! Já entendi! São mesmo limitados coitados…    

- Mas o papel diz para tirarmos a senha se precisarmos de fazer algum pagamento. Como é que eu tiro a senha se no “dispenseiro” das senhas, todas as possibilidades para as tirarmos estão inactivas?

- Oh homem! não vê que eles estão ou são limitados…

- Ah! Ok! Já entendi. São tão limitados que nos mandam a outros para fazerem o serviço que lhes compete a eles.

Bom, do mal o menos. Tenho de fazer justiça ao serviço de finanças de Portalegre. Reconhecem que são limitados, não é para todos, reconhecermos os próprios defeitos. É mesmo uma virtude. Têm o bom senso de dar trabalho aos Correios, aos bancos, de obrigar-nos a mais perda de tempo, a dirigirmo-nos para outras filas de espera. O pior de tudo, é que não conseguimos levar o malfadado documento de liquidação.

Brincadeira à parte ou mesmo a tentativa de humor, a verdade é que estou mesmo indignado com a péssima prestação de serviços públicos no geral. Fala-se muitos dos serviços de saúde (SNS), o tempo interminável de espera nos corredores dos hospitais, falta de médicos e outros cuidadores de saúde, falta de professores, falta de agente de justiça, de segurança etc.

Ou seja, mesmo eu estando disposto a pagar o imposto a que me obrigam, para que, não haja falta de “colaboradores”, os serviços não estão disponíveis para os receber.

Há uns tempos, falava-se muito em serviços de proximidade. Onde estão eles? Estão cada vez mais afastados do cidadão e nós deixamos que isso aconteça. Numa época em que tanto se critica os nossos jovens por não haverem “momentos de família” e em que cada um está na sua, de telemóvel na mão, ou sentados em frente de um computador, também nós, mais velhos, somos empurrados ou nos deixamos arrastar para o que tanto criticamos.

Não, eu não como e calo.

Já dizia a minha avó:

- “quem não se sente não é filho de boa gente”.

- “quem cala, consente”.

Eu não consinto, por isso não me calo, que serviços públicos que eu pago com os meus imposto e descontos prestem um péssimo serviço.

Há que mostrar a nossa indignação, não somente por palavras, mas também por acções. Uma boa acção seria não pagarmos os impostos, muitos deles simples roubalheiras como é o caso do IUC. Porque é que os carros eléctricos não pagam? Melhor, porque é que os carros que não são eléctricos não deixam de pagar também?

Ah! A defesa ambiental…ah! A roubalheira…

 


quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Hoje deu-me para isto

Fazer um balanço da minha produção "literária"

Fará no dia 25 de dezembro, seis anos que decidi iniciar o blog:  https://nemtantoaterranemtantoaomar.blogspot.com/ com o tema https://nemtantoaterranemtantoaomar.blogspot.com/2017/12/natal-porque-carga-de-agua-25-de.html

A ideia inicial era a de escrever uma vez por semana, no mínimo, um pensamento/opinião, sobre qualquer assunto da actualidade.

Tenho de admitir que este objectivo não foi na totalidade conseguido e não foi por falta de temas, nem tão pouco, por falta de inspiração, e também não foi por falta de tempo, esse, sempre que quisermos arranjamos…foi mesmo por PREGUIÇA.

Algumas vezes vinha-me um assunto à mente e, até devo confessar, vontade de escrever sobre ele, mas logo o pensamento do contra dizia-me:

- Que vais fazer? O que tu pensas ou deixas de pensar interessa a alguém?

O pensamento a favor retorquia:

- Interessa-me a mim e isso basta!

Voltava o outro:

- Perda de tempo e energia!

Muitas vezes andávamos nisto. Umas vezes ganhava o pensamento do contra o mesmo é dizer da preguiça, outras o pensamento a favor. Com esta luta lá foram nascendo uns textos.

Sete anos decorridos consegui escrever sobre cento e catorze temas (114). – Não está assim tão mau, pois não?

Consegui quinze mil visualizações/leituras (15000) – Não está mal pois não?

Consegui que o director do jornal digital “Canal Alentejo” me tivesse convidado para escrever artigos de opinião para o mesmo, os quais eram os mais visionados. Vaidade! Sim vaidade. Eu direi mais ORGULHO.

Os artigos de opinião publicados no Canal Alentejo:

 “Vergonha! Vergonha! Vergonha” https://canalalentejo.sapo.pt/opiniao-isidro-santos-vergonha-vergonha-vergonha/

 “Esta gente não se manca” https://canalalentejo.sapo.pt/opiniao-de-isidro-santos-esta-gente-nao-se-manca/

“Em defesa da Honra” https://canalalentejo.sapo.pt/opiniao-de-isidro-santos-em-defesa-da-honra/

“Enquanto o pau vai e vem folgam as costas” https://canalalentejo.sapo.pt/opiniao-de-isidro-santos-enquanto-o-pau-vai-e-vem-folgam-as-costas/

“O Estado a que Chegámos” https://canalalentejo.sapo.pt/opiniao-de-isidro-santos-o-estado-a-que-chegamos/

“Esquerda…direita…centro” https://canalalentejo.sapo.pt/opiniao-isidro-santos-esquerdadireita-centro/

“Mais do mesmo” https://canalalentejo.sapo.pt/opiniao-de-isidro-santos-mais-do-mesmo/

“Será que?” https://canalalentejo.sapo.pt/opiniao-de-isidro-santos-sera-que/

“Dá que pensar, não dá?” https://canalalentejo.sapo.pt/opiniao-de-isidro-santos-da-que-pensar-nao-da/

“Portalegre a ver passar os comboios” https://canalalentejo.sapo.pt/portalegre-a-ver-a-passar-comboios/

Através do blog consegui ser lido em mais de vinte países, destacando-se os Estados Unidos com quinhentas e setenta e três visualizações (573) A Rússia com cento e sessenta e oito (168) a Alemanha com cento e setenta e quatro (174) e muitos outros com significativas visualizações.

Como temas mais visto destaque para:

“Pôs-se a jeito” https://nemtantoaterranemtantoaomar.blogspot.com/2020/12/pos-se-jeito.html com mais de mil visualizações (1000).

A Abastança https://nemtantoaterranemtantoaomar.blogspot.com/2021/10/a-abastanca.html com oitocentas (800)

“O Arrebanhar” https://nemtantoaterranemtantoaomar.blogspot.com/2021/09/o-arrebanhar.html com perto de quinhentas (500),

“BUUMMM” https://nemtantoaterranemtantoaomar.blogspot.com/2021/10/buummm.html com quatrocentas e cinquenta (450)

“Novo Aeroporto versus barragem do Pisão” https://nemtantoaterranemtantoaomar.blogspot.com/2021/05/novo-aeroporto-versus-barragem-do-pisao.html com trezentas e cinquenta (350)

“Estapafúrdice” https://nemtantoaterranemtantoaomar.blogspot.com/2020/12/estapafurdice.html com trezentas e cinquenta (350)  

“Cai o Santo e a Trindade está aflita” https://nemtantoaterranemtantoaomar.blogspot.com/2022/06/cai-o-santo-e-trindade-esta-aflita_3.html com trezentas e cinquenta (350)

Sinceramente, estou muito satisfeito com os resultados obtidos.

A todos quantos se dignaram aceder ao blog e às publicações no Canal Alentejo e leram os artigos de opinião, o meu sincero e grandioso MUITO OBRIGADO.

Escrever é um acto lúdico que mantém as células cinzentas activas, as que vão restando claro, porque, como diz a ciência, quando estas morrem não são substituídas, então há que lhes dar trabalho enquanto duram.

 E porque estamos novamente no Natal desejo a todos os  que me leem 

FESTAS FELIZES

 


terça-feira, 31 de outubro de 2023

Bullying Social

Fotografia net

O assunto de que vou falar já é “velho” tem perto de um mês. Mas, porque ainda continua a dar que falar, quer nas redes sociais, quer nos meios de comunicação oficiais, também eu, hoje, decidi falar sobre ele.

Como é sabido, no dia oito de outubro foi eleito um “trans” como “miss” Portugal. As regras do jogo, alteradas, permitem que eles concorram. Concorreu e ganhou.

O assunto, melhor, o tema que me leva a escrever, nem são tanto as regras do concurso, deste ou d’outros, mas antes, o que está por detrás ou por “defrente” conforme as opções de cada um.

Eu sou pré vinte de abril de mil novecentos e setenta e quatro. Neste tempo, eu, porque não tinha ainda assim tanta vivência, nem tinha a noção, que não podíamos pensar, menos ainda que, não podíamos manifestar a nossa opinião, fosse no que fosses, desde que essa opinião não estivesse conforme os ditames do governo/estado.

O estado encarregava-se de ter controladores/bufos que denunciavam quem “mijasse” fora do penico. 

Hoje, todos nós somos controladores/bufos, não sei se do governo se do quê, mas que somos isso somos.

Para além da muita polémica gerada da eleição do “trans” como miss Portugal, o que me preocupa e provoca alguma indigestão não são os trans ou o quer que seja, é o facto de quererem obrigar-me a pensar e a ter o máximo cuidado com o que digo ou escrevo, especialmente se isso for contra a “suposta” maioria de hoje em dia.

Não! recuso-me a ter que seguir a cartilha, se essa cartilha não estiver de acordo com o que penso e sinto.

No dia vinte e seis de outubro o José Alberto Carvalho e o Miguel Sousa Tavares, jornalista e comentador da TVI, manifestaram uma opinião sobre esta eleição, perguntando-se mutuamente se algum deles casaria com o “trans”, tendo ambos dito que não.

Esta manifestação de opinião foi a pólvora que incendiou as redes sociais e os fulminou, como se eles não tivessem direito a pensar e manifestarem esse pensamento, mesmo que essa opinião vá de encontro à opinião da “suposta” maioria.

Nesta matéria penso igual a eles.

Numa época em que tanto se critica e criminaliza o “bullying”, comportamento violento e intimidatório que se exerce de maneira verbal, física ou psicológica, o que é que a suposta maioria fez em relação às opiniões manifestadas.

Na minha modesta opinião, “Bullying Social”, concordam ou estarei errado?

O facto de existir uma suposta maioria que condiciona, ou quer condicionar os nossos pensamentos, comportamentos, opiniões, acções e omissões, não significa que tenham a maioria de razão. Direi mesmo que na maioria estarão errados.

Foi confrangedor ver ontem, o José Alberto Carvalho pedir desculpa, por ter direito a ter opinião.

Ensinaram-me a pedir desculpa, sempre que, sem intenção, ofendamos ou magoemos de algum modo outrem ou estejamos errados.

Não tenho nenhum problema em pedir desculpa dentro destas premissas, mas recuso-me a pedir desculpa, se não reconheço que estou enganado, ou que de algum modo magoei alguém.

Certo que, a verdade, a maioria das vezes magoa. Mas então, a solução é mentir? Omitir, esconder, olhar para o lado?

O José Alberto Carvalho pediu desculpa por algo que verdadeiramente não sente, não sentiu ter ofendido alguém, não sentiu ter magoado alguém, apenas o fez porque a isso foi obrigado.

Quando um jornalista é obrigado, nestas condições, a pedir desculpa, mal vai a coisa…

Tenho a certeza que há uma maioria maior, e, passo o pleonasmo, que a “suposta maioria”, que pensa como eu, como o José Alberto Carvalho o Miguel Sousa Tavares e outros, mas que, para parecer bem, preferem esconder os seus valores, princípios, ensinamentos e opiniões, deixando instalar novos valores e princípios que, ao contrário do que propagandeiam destruirão a humanidade.

Na próxima quinta-feira, dia dois de novembro cabe a vez ao Miguel Sousa Tavares, estou curioso de ver o que vai dizer.   

Cabe a cada um de nós, começar a lutar por este BULLYING SOCIAL/LEGAL em que todos temos de pensar e agir do mesmo modo. Este comportamento faz-me lembrar um filme, que vi há muitos anos, cujo nome não me lembro, onde todos eram autómatos, só obedeciam a um ser. Felizmente que, mesmo nos autómatos, houve um “mal programado” que desobedeceu eliminando o SER CRIADOR, esse sim mal programado.

Confio que de entre todos nós, apareça um autómato desprogramado.  

Recuso-me a ser AUTÓMATO enquanto tiver capacidade para pensar.

 

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Que fique claro...

 

 

A guerra é isto mesmo, a prática do terror!

Às vezes apetece-me escrever sobre o assunto, outras vezes hesito. Hoje decidi-me a escrever, dar um pouco do meu pensar e do meu sentir. Não é que isso seja importante para os outros, os que eventualmente, possam perder tempo em ler-me, mas é importante para mim, uma maneira de parar o tempo e reflectir um pouco.

Não sou historiador, nem me aproximo, por isso a minha hesitação e medo em manifestar a minha opinião sobre o que nos assalta desde há precisamente uma semana, A GUERRA Hamas/Israel.

Tenho dúvidas se não será mais uma vez Israel/Palestina ou Palestina/Israel.

Claro que é mais fácil e aceitável, de momento, dizer-se Hamas/Israel, pelos motivos que todos sabemos.

Não vou fazer uma cronologia histórica, por total analfabetismo sobre o assunto, mas também, porque não é esse o cerne do meu pensar, do que é Israel e o que é a Palestina, menos ainda, o que é o Hamas, Fatah, Jihad Islâmica, Hezbollah, Irmandade Muçulmana, e outras.

O que sei, é que há dois povos, com crenças religiosas, com culturas, com quereres, com sentires diferentes, que ocupam o mesmo território.

O que sei, é que há um povo que desde sempre habitou, ocupou, palestinianos, ininterruptamente, esse mesmo território.

O que sei, é que há um povo “universal”, se quisermos “apátrida”, se quisermos ainda, prometido, judeus, a ocupar um território que “já fora seu”?  

O que sei, é que “os donos disto tudo”, USA, França, Alemanha, Reino Unido, no século vinte, depois de terminada a segunda guerra mundial, deram a um deste povos, judeus, um território que já estava ocupado pelo outro, palestinianos, por não saberem o que lhes fazerem, e como “recompensa” pelas atrocidades e quase genocídio que lhes impuseram.

O que sei, é que este povo ocupante, judeus, com o beneplácito dos donos disto tudo, e de todos nós, que não sendo donos de nada, também autorizámos, através do nosso silêncio, ou da nossa concordância por omissão, foi, aos “poucos e poucos”, e não foi assim tão pouco, ocupando cada vez mais o território dos que já o ocupavam, encostando-os ao mar numa estreita faixa.   

O que sei, é que este povo “ocupante”, judeus, ou se preferirem Israelitas, instalaram colonatos, qual guarda avançada, expulsando ou restringido a área dos ocupados, palestinianos.

Todo o povo tem o DIREITO a insurgir-se, seja como for, à invasão de outros. É o que está acontecendo também com a invasão da Rússia sobre a Ucrânia.

Reconheçamos, que embora todo o povo tenha o direito a insurgir-se nem todos têm a capacidade e a coragem de se organizarem.

Desta capacidade e desta coragem, surgem então os tais grupos que a maioria, ou os donos disto tudo, ou os que não temos a coragem de nos distanciarmos, por medo ou vergonha de pensar diferente, designam de TERRORISTAS.

Não querendo entrar em grandes definições, o próprio nome diz tudo, terrorista é todo aquele que pratica e enaltece o terror. Então, estes grupos, são certamente terroristas, porque praticam e enaltecem o terror especialmente nos inocentes.

No outro lado temos o Estado de Israel.

Este Estado é ou não TERRORISTA?

O que é que ele está a fazer com a população civil palestiniana na faixa de Gaza, Não está a praticar terror?

Não está a expulsá-los uma vez mais do seu território?

Não está novamente a aniquilá-los? Quer seja à bomba, quer seja à fome, quer seja à sede?

Não sejamos ingénuos, nem complacente, só não o admitimos, porque não é exercido, felizmente, sobre nós, portugueses.

Indo um pouco à nossa história recente, como ocupantes dum território que não era nosso, como designávamos os povos ocupados. TERRORISTAS, ou simplificando “TURRAS”.

Eram “TURRAS” porquê? Porque nos infligiam terror? Talvez, um pouco, porque muitos de nós, fomos morrer lá. Mas, eram TURRAS simplesmente porque defendiam, com as capacidades e as ajudas que tinham as suas gentes e sobretudo a sua TERRA.

Os “donos disto tudo” o que fizeram por esta altura?

Apoiavam, com instrução, armamento e com tudo o que levasse a que estes TURRAS ganhassem a guerra.

E ganharam!

Porque se indignam agora que “outros donos disto tudo” Irão, Libano, Arabia Saudita, Egipto, etc. apoiem com a mesma instrução, armamento e com tudo, estes “TERRORISTA”?

O que é que a Rússia faz na Ucrânia? Não provoca o terror na população civil da Ucrânia?

A Ucrânia ao querer armas com maior alcance não quer provocar o terror na população Russa?

Muitas perguntas e muitas respostas haverá para fazer.

A guerra é isto mesmo, a prática do terror!

Lamentavelmente muitos inocente morreram e muitos mais vão continuar a morrer.

Não, não sou partidário do terrorismo.

Infelizmente, tenho de reconhecer que, se quisermos lutar pelos nossos direitos, e alcança-los, nestas circunstâncias, temos de praticar o terror.

É o que todos os países ditos civilizados fazem, TERROR!

É o que os órgãos de comunicação propagandeiam, TERROR!

Enquanto houver pessoas dispostas a matar e a morrerem em nome de Deus, que é um ser de PAZ e não de GUERRA, os TERRORISTAS permanecerão.

Oxalá que se passe a praticar o “terror” da PAZ, para bem da humanidade.

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Porque hoje me apetece...

Há dias que cansam por não se fazer nada, ainda que haja muito por fazer.

Há imenso tempo, talvez à volta de cinquenta anos, que brinco, falando a sério, convencido, que, - antes dos cem ninguém me leva, nem morto, nem “Lá o de Cima”, acrescentando sempre, olhando para o alto, não se vá Ele esquecer - já tenho contrato assinado!

Diverte-me olhar a expressão das pessoas quando pronuncio tais palavras.

Uns, sorriem pálidos, duvidando da minha sanidade mental, perante o meu atrevimento, de desafiar o omnipresente. Não os censuro, também eu, muitas vezes, duvido de mim próprio. Outros, tentam acompanhar a brincadeira, a medo, perguntando, como estabeleci o contrato, ou afirmando que também querem fazer o mesmo. Digo-lhes sempre que é um contrato exclusivo.

Acredito mesmo, que sou capaz de cumprir este contrato e até talvez, prorrogá-lo por mais uns tempos.  

Numa época em que cada vez há mais centenários, porque havia eu de ficar a meio, ou “às portas”?

Este meu convencimento, advém da minha linhagem, especialmente paterna. Ainda criança, lembro-me de uma tia do meu pai, velha, velha, encurvada, a cabeça quase batia no chão, só pele e osso, mas sempre a andar, o meu pai se fosse vivo, teria hoje cento e dez anos, morreu com noventa e cinco.

Estou convencido que morreu quando quis morrer e porque quis morrer. Achou que já chegava. Ainda hoje, tenho um tio, irmão do meu pai, com noventa e cinco anos, ainda com saúde, felizmente.

Ou seja, o meu contrato tem fundamentos. Quando o estabeleci, queria bater o “record” de todos eles.

Hoje, neste momento, já não sei se quero.

Viver cansa!

Hoje, pela primeira vez, começo a sentir medo do meu querer, mas não do meu crer.

Começo a sentir medo que, o omnipresente me obrigue a cumprir o contrato, não permitindo aditamentos, nem incumprimentos.

Apetece-me “fazer férias da vida”, quero acrescentar este aditamento e voltar quando estiver saturado das férias.

Já obtive a resposta, e Ele, o Omnipresente, diz-me que não admite tal clausulado.

Diz-me que, se meto “férias da vida” é para sempre!

Diz-me que, não há férias da vida, porque esta continua noutra dimensão…

Viver cansa! Cansa! Cansa demais!

Assim não vamos descansar nunca!

Que cansaço!

FOOOSCA_SE!

 

domingo, 6 de agosto de 2023

Jornadas mundiais da juventude

 

Agora que terminaram as jornadas mundiais da juventude é hora, penso, de fazer um "balanço".
Antes de mais, e porque já o manifestei aqui publicamente, por diversas vezes, não vou ser hipócrita e dizer o contrário do que hoje em dia "acredito", ou é a minha "fé", só porque pode cair mal, no âmago dos muitos "crentes" ou os que assim se acham...
Hoje em dia, não acredito na existência de Deus. Já "outros", com muita maior capacidade intelectual que a minha,o disseram: - Deus é uma invenção do ser humano. 
Felizmente para nós, o homem ao criar Deus, não o fez à sua imagem e semelhança. Teve a capacidade e ousadia de o fazer "maior". 
Ao contrário,  quando nós é dito que Deus criou o homem, entenda-se, humanidade, à sua imagem e semelhança, eu, simples pecador, não acredito, ou dúvido muito. 
Podia dizer as razões da minha não "crença", mas isso seria outro "caminho". 
Não acredito na existência de Deus.
Acredito na existência de Jesus Cristo.
- Blasfémia! Estou a ouvir as vossas palavras, as dos crentes, claro!
- Como é que alguém pode afirmar que acredita na existência de Jesus Cristo, e, não acredita na existência de Deus!?
Simplesmente, porque acredito que, Jesus Cristo, nasceu do "uso" carnal do homem e da mulher. 
Não há nenhuma intervenção "divina".
Jesus Cristo é filho de um homem e de uma mulher, ponto, tal como eu, ou tu que me estás a ler. 
Jesus Cristo é tão filho de Deus, como eu ou tu, se é nisso que acreditamos.
A vida de Jesus Cristo é uma história, muito bem inventada e criada por ele próprio, ao se autoproclamar "FILHO D E DEUS".  
Como toda a história bem inventada, cria os seus "seguidores". À semelhança dos dias de hoje, que todos são "influensers" e os restantes, o "rebanho", os seguidores. 
Como disse, acredito na existência de Jesus Cristo, o que faz de mim um cristão. 
Aprecio, e gostaria muito de "seguir" todos os seus ensinamentos de "humanidade". 
Que diferente seria o mundo se todos fossemos CRISTÃOS. 
Ser cristão não é ser católico apostólico romano. Ser Cristão é "seguir" CRISTO e isso, é tão difícil para todos os que se dizem cristãos...
Deixo as perguntas e os desafios: 
- És Cristão? Então "Segue" CRISTO.
Não fiques à porta, na palavra, "ENTRA". Passa à acção.
- O que trouxeram ou trazem as Jornadas Mundiais da Juventude?
- Será que, como diz o papa, "TODOS", "TODOS", "TODOS", cabemos nesta "Igreja" que é mundo?
- Quantos deixamos à porta? Mesmo aqueles que têm a ousadia de entrar, há os que se intitulam "conservadores", defensores do templo, e quais "anjos protetores" com crucifixo a fazerem de "espada", expulsam os "seguidores", memo tendo acabado de ouvir, pela voz do seu líder, as portas estão abertas a todos, todos, todos, cada um em sua língua, repita comigo, todos, todos, todos.
- O que é que cada um dos jovens e menos jovens, em suas terras, faz após o encerramento das jornadas?
- Apanham o avião...pensando que assim ficam mais perto de Deus.
Se és cristão, segue CRISTO, assim de simples...ou não.

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Pedaços de mim - Socorrista

A foto é testemunha da satisfação do paciente

Continuando a vasculhar nos longínquos anos de oitenta e ainda no cumprimento do serviço militar obrigatório, no exercício da especialidade de socorrista na Casa de reclusão de Elvas, recordo alguns “prazeres”.

Como referi anteriormente sempre senti uma certa apetência para a área da saúde. Sentia curiosidade, para além do gosto, sentia que tinha sensibilidade suficiente e necessária para tentar ajudar os outros.

Não lamento, nem me arrependo dos caminhos que a vida me levou, podiam ter sido outros, mas não foram, há que aceitá-los e tirar o maior proveito e prazer deles. Modéstia à parte, acho que, se o meu caminho tem sido o da saúde, daria com toda a certeza, um óptimo enfermeiro.

Embora hajam mais de quarenta anos que não mexa numa compressa, numa seringa e agulha, em desinfectantes etc. para além do trivial do nosso dia-a-dia, de colocar um penso rápido, numa ou outra ferida que façamos, apesar de todo este tempo decorrido, ainda me lembro bem da forma correcta de limpar uma ferida, de como imobilizar correctamente um membro, de como apertar o garrote, especialmente no pescoço, de alguns se necessário, ahahah… de como fixar uma ligadura numa perna, sem que ela caia e sem usar adesivos e se necessário dar uma injecção quer subcutânea quer intravenosa.

Alguns dirão: - “gaba-te cesta que vais à vindima”, pois que seja, o meu auto convencimento vem dos elogios quer dos superiores hierárquicos quer dos camaradas que então prestaram serviço comigo.

O posto de socorros/enfermaria da Casa de Reclusão ficava no claustro interno que, servia de pátio/recreio dos reclusos e que também dava acesso ao Tribunal Militar De Elvas.

Todos nós, em alguma situação de maior desilusão, já dissemos que, a vida de preso é que é boa, não fazemos nada e temos cama, comida e roupa lavada. A verdade é que nenhum de nós, conscientemente, a quer experimentar.

Porque vivi um período da minha vida, directamente com presos, eu não a quero para mim, nem consciente nem inconscientemente. Os “pobres coitados” porque não tinham nada que fazer, entretinham-se a chatear as cabeças dos socorristas, inventando doenças e outros achaques.

Porque eu tinha uma paciência de Job, comparada com a dos outros socorristas, era vê-los a espreitarem o momento em que eu estava de “socorrista de dia”, para me irem pedir tudo e mais alguma coisa. Entenda-se, este “tudo e mais alguma coisa”, eram medicamentos ansiolíticos. 

Estes medicamentos, quer fossem orais quer fossem injectáveis, como é óbvio, só podiam ser ministrados com prescrição médica.

Não é fácil lidar com esta população. Em algumas ocasiões, havia fortes indícios, de alguns comportamentos descambarem em violência.

Narrei muitos desses comportamentos aos médicos, muitos dos que por lá passaram eram aspirantes médicos, sendo um deles, mais permanente, o Dr Melo e Sousa.

Era o único socorrista, incluindo o sargento enfermeiro, que tinha ordem expressa de, sempre que visse uma situação de, “caso mal parado”, injectasse uma ampola de água destilada. Em último recurso, se visse que a situação assim o exigia, ministrasse mesmo o medicamento.  

Mas, o meu “prazer maior” era antes da injecção, mostrar uma agulha de seis centímetros. Uma autêntica bisarma.      

Naquela altura, haviam especialmente dois medicamentos que eram muitos ministrados por via subcutânea.

Um era a mistura de “Ricon e Commel”, acho que eram assim que se chamavam, ambos muito oleosos, o que a tornava muito difícil de ministrar. O outro, à base de penicilina, que antes tínhamos de diluir com uma ampola de água destilada, no respectivo frasco que continha o pó. Por mais que agitássemos o frasco, era dificílimo fazermos uma diluição eficaz, de modo a conseguir-se injectar todo o líquido de uma só vez utilizando uma agulha mais pequena, logo mais fina. Acontecia-me, muitas vezes, ter de espetar mais de uma agulha, para conseguir injectar todo o líquido, o que, para além de poder provocar alguma dor no paciente, era incomodo para mim e para ele.   

Já farto, de tantas vezes ver entrar metade do líquido, enquanto que a outra metade escorria, literalmente, pelas nádegas, ia dizer nalgas, do paciente, decidi aventurar-me, porque constituía um desafio, espetar a dita cuja de seis centímetros.

Então não é, que a dita cuja, entrou até ao ”tutano”. Não, não chegou a entrar no osso, havia muita carne antes…entrou até à parte metálica, ou seja só se via a cabeça da agulha.

Fiquei radiante. Consegui injectar todo o líquido de uma só vez e uma só picada.

O próprio paciente também ficou satisfeito por o ter picado apenas uma vez e não ter sentido nada.

Quando lhe mostrei a agulha, nem queria acreditar, vi jeito de ele desmaiar. Ahahah

A partir daí passou a ser a minha agulha preferida. Para além do prazer que me dava mostrá-la, antes de a espetar, divertia-me imenso ver a cara deles de espanto e temor, ao ponto de alguns, inicialmente se recusarem a que eu a espetasse.

Mas todos tinham de levar com ela…ahahah. Acabaram por gostar e, só queriam que fosse eu a espetá-los…ahahahah